February 26, 2023

"... a arrogância e prepotência deste ministro"

 


Veja-se, por um lado, uma inovadora Lei de Bases do Sistema Educativo, aprovada em 1986, num governo minoritário de Cavaco Silva, com amplo consenso nacional, e os votos favoráveis de PCP, PRD, PS e PSD, apenas contando com o voto contra do CDS e a abstenção do MDP/CDE e de dois deputados do PS. E, por outro, a “reforma Mariano Gago/Sócrates” do ensino superior, em 2007, com a aprovação do fatídico RJIES, apenas com os votos do PS, numa outra maioria absoluta de má memória para os portugueses, que praticamente excluiu da vida democrática das instituições estudantes e funcionários não docentes, com as consequências que se conhecem. É um contraste gritante.

Claro que os tiques autoritários, sempre presentes, manifestam-se agora, em todo o seu esplendor, numa triste novela com os professores – tão importantes em qualquer sociedade que se quer desenvolvida – que há meses se arrasta em detrimento de todos, jovens e suas famílias, que diariamente sofrem com a arrogância e prepotência deste ministro.

Professores esses que, à imagem de outras profissões que corporizam uma qualquer imagem de autoridade, e ao invés de outras que têm ao seu dispor outras “armas” de pressão, viram desvalorizadas as suas carreiras quase até à indigência, em sentido oposto à burocracia crescente – típica de Estados socialistas – com que os seus dias têm sido “abrilhantados”.

(...)

Numa altura em que tanto se fala na laicidade do Estado, nunca é demais recordar que este também é apartidário, a começar nas escolas.

Porque, tal como em outras áreas, a governação socialista, aparentemente tão estatizante, ao esvaziar por completo – tudo por baixo nivelado – a escola pública, degradando-a, é, sim, a melhor amiga do ensino privado. Nunca como em governos socialistas ensino e saúde privados tanto florescem, e nunca como em governos socialistas saúde e educação públicas tanto se degradam.


André Pardal in Elevador Social Destruído


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