A argumentação acerca de contas certas e gastos estruturais é antiga, é falsa, mas cola porque agrada aos prevaricadores e aos arrebanhados: nada se pode gastar com os funcionários públicos porque são muitos e o que se gastar em aumentos é depois uma despesa fixa.
Vejamos: se forem gastos de 50 prémios de meio milhão cada pode-se porque não é uma despesa estrutural; se forem 30 milhões em pagamentos a umas firmas de advogados amigos pode-se porque não é uma despesa estrutural; se forem 3 mil milhões para salvar as asneiras de um banqueiro a quem se deu uns milhões de bónus durante anos, pode-se porque não é uma despesa estrutural; se for um altar de 5 milhões para 2000 bispos brincarem pode-se porque não é uma despesa estrutural; se for para inventar ajudas de custo de uns milhões a uns políticos, pode-se porque não é uma despesa estrutural; se for para comprar 50 tanques por 70 milhões que depois ninguém usa pode-se porque não é uma despesa estrutural; se for para comprar submarinos por 2 mil milhões que depois não se usam, pode-se porque não é uma despesa estrutural; se for para dar um contrato de 300 milhões a uma empresa amiga, pode-se porque não é uma despesa estrutural; etc.
Estamos todos a ver que as despesas não estruturais que nada de vantajoso trazem ao país e são causadas pela incompetência e desonestidade de tantos e tantos políticos, amigos, familiares e satélites que delas beneficiam, podem ser gastas todos os anos na quantia fixa de milhares de milhões, mas investir na educação, na saúde ou na justiça, ah... isso não porque são despesas estruturais. Que saibamos, só para a banca já foram 25 mil milhões em despesas não estruturais. Faz lembrar aquelas famílias que só comem esparguete e têm os filhos ao abandono para não gastar em despesas estruturais mas depois têm todos os gadgets de última geração, porque lá está... não são despesas estruturais.
Se calhar era melhor começarem a investir na estrutura do país para evitar tantos desperdício e corrupção em despesas fixas não estruturais. O que aguenta os edifícios não são os ornamentos e luxos não estruturais, mas a força e consistência dos pilares de sustentação.
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