January 29, 2023

Anton Chekhov fazia anos hoje

 


Anton Chekhov (1860-1904) foi um russo, dramaturgo e mestre de contos. Artista literário de precisão lacónica, movia-se sob a superfície da vida, pondo a nu os motivos secretos das suas personagens. 

"Don't tell me the moon is shining; show me the glint of light on broken glass."

"Perhaps man has a hundred senses, and when he dies only the five senses that we know perish with him, and the other ninety-five remain alive."

"Any idiot can face a crisis; it's this day-to-day living that wears you out."

"The role of the artist is to ask questions, not answer them."

"Perhaps the feelings that we experience when we are in love represent a normal state. Being in love shows a person who he should be."


4 comments:

  1. "... Precisa contar como o filho adoeceu, como padeceu, o que disse antes de morrer e como morreu... Precisa descrever o enterro e a ida ao hospital, para buscar a roupa do defunto. Na aldeia, ficou a filha Aníssia... Precisa falar sobre ela também...
    ... O cavalo foi mastigando, enquanto parecia escutar, pois soprava na mão do seu dono... Então Iona, o cocheiro, animou-se e contou-lhe tudo..."
    Há muito que o excerto acima, do conto "Tristeza", vive comigo. Tantas pessoas iguais a Iona (pessoas que conheci) que nem sequer tiveram um cavalo para falar sobre o enterro de um filho, a ida a um hospital, a recolha da roupa. O cocheiro teria morrido se ouvisse o que se diz a estes "Ionas": "vamos falar de coisas divertidas". Iona foi salvo pelo cavalo, que parecia escutá-lo.

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  2. Essas etapas do processo da dor assim faladas tornam tudo ainda mais cru e violento.
    Seguindo alguns filósofos, talvez quando calha a nossa vez de ter de suportar algo pior do que a sorte comum da humanidade, seja reconfortante pensar que a vida humana, com tudo o que ela contém de sofrimento, é uma parte infinitesimal da vida do universo e que nada desaparece completamente, só muda o seu modo de presença. Pode não ser suficiente para uma resposta ou uma aceitação de uma ruptura tão violenta, mas num mundo cheio de dor, pode ser uma ajuda para a sanidade e um antídoto para a paralisia do desespero total.

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  3. Isto pode parecer básico mas aprendi uma coisa: nao perguntar porque é que as coisas nos acontecem, mas para que é q as coisas nos acontecem. Dar um sentido ao sofrimento: ‘o q faço eu com isto?’

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  4. Não é bem, 'para que é que as coisas me acontecem', penso, pois uma coisa destas como a morte de um filho não acontece com nenhum propósito. Apenas acontece. É mais, 'já que aconteceu e não posso mudar o que já foi, então, vou dar-he um sentido humano e não viver como um sobrevivente'.

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