Houve uma reunião sindical e juntámo-nos: professores, técnicos dos serviços administrativos, professores do SPO, assistentes operacionais, pessoal da direcção. Estavam lá quase todos os que trabalham logo de manhã. Estamos de acordo acerca dos motivos da greve, da urgência em mudar o estado de coisas antes que os problemas da educação não tenham volta atrás (quanto a mim alguns já não têm mesmo, pelo menos nos próximos 10 ou 15 anos porque foram feitas rupturas que vão levar muito tempo a curar e é se houver vontade) e estamos unidos nesta demanda. Tivemos a informação por uma assistente operacional que o sindicato da função pública anda a enviar mensagens aos assistentes operacionais a avisar que não é legal para eles, seja fazer a greve, seja participar em reuniões sindicais que são convocadas por um sindicato diferente do deles, nomeadamente o S.TO.P.
Depois, como estavam muito poucos alunos na aula, estive a conversar com a turma acerca de não terem tido aula, acerca das razões da greve e de como todos os problemas da educação já os afectam com falta de professores com a crescente dificuldade de alunos de certos níveis socio-económicos terem acesso a certos cursos e a certas universidades, por exemplo. O desinvestimento crónico na educação. Expliquei-lhes o que é o sistema de quotas na carreira dos professores - transpus o caso para as suas classificações e expliquei-es que num sistema de quotas acontecia só poder atribuir duas notas de 18, por exemplo e ter de baixar os outros com média de 18 ou 17 ou 16, para 14. Ficaram estupefactos. Perguntaram-me quem é que decide quantas quotas há para os professores bloqueados: o governo; perguntaram-me com que critério é que o governo decide: arbitrário e economicista. Expliquei que um assistente operacional começa a carreira com o ordenado mínimo e ao fim de 40 anos vai-se embora exactamente com o mesmo salário. Etc.
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