Depois diz que a escola, sobretudo no secundário, é um dos piores sítios para se viver e também gostava de saber em que se baseia para dizer isto, porque essa não é a minha experiência. Fazemos inquéritos aos alunos e das respostas deles sabemos que gostam da escola, do que não gostam é de ter que estudar e acham certas aulas chatas porque têm que trabalhar muito. Eu trabalho com alunos do secundário. A grande maioria gosta da escola e até gosta da maioria das aulas mas não gosta de estudar e perderam esse hábito porque desde que entram no 5º ano não é necessário estudar para progredir de ano. Eu gosto de trabalhar com os alunos e gosto dos meus alunos. E tenho sempre uma maioria de alunos que gostam de saber e de discutir assuntos, mesmo que depois uma boa parte não goste de ter que estudar em casa. É claro que alguns não têm grande interesse na filosofia e gostam mais de biologia, por exemplo, e se calhar alguns também não me acham piada a mim, mas isso é normal. Não é possível todos gostarem de tudo e de todos.
Não digo que não haja professores como PP descreve -somos 140 mil e hoje em dia muitos entram sem formação porque dos outros já ninguém quer voltar à escola- mas falar como se a maioria dos professores fossem pessoas iguais aos alunos que só se interessam por redes sociais é falsear a realidade. Porém, mostra o preconceito que há contra os professores e as ideias comuns que por aí andam. Até uma pessoa como PP que foi professor em escolas, agora acha que no seu tempo os professores eram a sério, mas que agora são como os alunos. Não sei de onde vem este preconceito mas sei que é alimentado por governos e por jornalistas.
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