Professores criam fundos de greve nas escolas
Greve por tempo indeterminado começou em dezembro e continua a marcar o dia a dia das escolas. Docentes estão a organizar-se para causar ainda mais impacto no braço de ferro com o Ministério da Educação.
Numa altura em que faltam cada vez mais professores nas escolas, garantem que o problema se irá agravar se a carreira não se tornar atrativa e se não se resolverem questões que afetam a classe.
O prolongamento da greve levou já os professores a organizarem-se de forma a causar mais impacto nos agrupamentos onde estão colocados. Ao que o DN soube há escolas onde se estão a organizar fazendo greve "à vez" e "ressarcindo os colegas que aderem" - o recurso ao fundo de greve. O mesmo se passa com o pessoal não docente, que se tem organizado de forma a alternar os dias de paralisação e juntando valores para "ajudar os colegas". "Tenho conhecimento que há professores em escolas que estão a ajudar a pagar aos auxiliares para fazerem greve."
Dizem que não se contentarão apenas com o deixar cair as alterações dos concursos e que há outros problemas graves para resolver. Problemas que estão a levar à escassez de professores de norte a sul do país, num ano no qual se vão reformar cerca de 3500.
Pais e alunos juntam-se aos protestos
"Já sou professor há 16 anos, nunca houve uma greve assim. Tem sido interessante porque começou lenta e tem vindo a aumentar de dia para dia, juntando cada vez mais pais e alunos. Muitos unem-se aos protestos na porta das escolas dos filhos. No agrupamento onde trabalho [Agrupamento de Escolas de Santa Maria dos Olivais], tivemos pais e alunos à porta. Percebem que estamos a lutar pela escola pública de qualidade e não apenas pelas más condições de carreira", explica.
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