October 15, 2022

A Isabel Moreira e outros deputados fazem leis baseados em conversas de café e não na realidade

 


No dia a seguir a sair no jornal a notícia de que os alunos podiam escolher que casa-de-banho e que balneário frequentar a primeira coisa que os alunos me perguntaram quando entrei na aula foi, 'o que é que a professora acha de agora os rapazes que agora são raparigas trans poderem entrar na casa-de-banho e no balneário das raparigas? Respondi, 'bem as raparigas trans também podem frequentar os balneários dos rapazes'. Começaram a rir. 'A professora está a ver uma rapariga trans ir para o balneário dos rapazes e despir-se à espera que os rapazes respeitem a sua identidade?' [não, não estou]

As raparigas estavam assustadas. Uma dizia, 'já viu o que é estarmos uma ou duas no balneário e entrarem rapazes e despirem-se e andarem por ali nus e a fazer sei lá mais o quê? Há aqui na escola rapazes que são agressivos e que metem medo. Eu tenho uma irmã no 7º ano, já viu o que é entrarem rapazes por ali e as raparigas terem medo, num sítio onde andam despidas? Podem identificarem-se como mulheres mas têm corpo de homens. Não tenho nada contra os trans, mas porque é que os direitos dos trans não respeitam os nossos direitos? Porque não há uma casa-de-banho e balneário só para eles?'

Têm razão, porque em todos estes projectos se diz que é obrigatório as mulheres aceitarem a diminuição dos seus direitos, da sua liberdade e da sua segurança para que os trans se sintam incluídos na sociedade. A inclusão não se faz à custa da violação de direitos alheios.

Os balneários e mesmo as casas-de-banho públicas serem para quem quiser, até mesmo para adultos é problemático, quanto mais para adolescentes. Esta gente vive no mundo de brincadeira. Há uma enorme quantidade de tipos creepy que perseguem mulheres e as casas-de-banho e balneários são sítios onde não podem ir atrás delas. 
Ao contrário do que diz o deputado, isto é, que um rapaz não poderia entrar à toa num balneário das raparigas, é evidente que podia. Em primeiro lugar porque não é obrigatório no acto da matrícula os trans declararem publicamente que são trans, de maneira que podiam sim. Exactamente da mesma maneira que já hoje-em-dia acontece alunos, raparigas e rapazes trans, ao fim de um mês ou cinco ou seis, pedirem aos professores, de um dia para o outro, que na aula os tratemos por um nome próprio de um género diferente do seu sexo porque resolveram assumir que são trans. O que fazemos, mas isso é diferente de um dia, de repente, resolverem ir para o balneário das raparigas. 

Nas escolas, a maioria dos casos de abusos e de bullying passam-se nas casas-de-banho, longe dos olhares dos adultos. Imagine-se nos balneários. Estes deputados não têm noção de que as escolas não têm só crianças, como se referem sempre, ridiculamente, à população escolar. 

No ano passado, parte da equipa de natação feminina americana queixou-se que Lia Thomas, biologicamente um homem mas de identidade de género mulher, que agora nada nas competições femininas e acabou com a modalidade feminina, andava sempre nu no balneário e em propósitos que muitas mulheres consideravam agressivos. 

A maioria das mulheres começa a ser vítima de assédio lá para os 12 anos. Muitas são vítimas de abusos e violações. Terem que estar em balneários com pessoas de sexo masculino, embora de identidade feminina, pode ser traumático.

Então e nas visitas de estudo que duram vários dias? Os rapazes vão poder escolher dormir no quarto das raparigas? Temos turmas onde há alunos com 18 anos e alunas com 14. 

Num mundo ideal poderíamos ir todos à mesma casa-de-banho, ao mesmo balneário e dormir no mesmo quarto, mas no mundo real das pessoas reais isso está longe de poder acontecer.

Isto não tem que ver com respeitar as opções de identidade das pessoas, é imprudente e desnecessário. 


Meninas nas escolas podem exigir ser tratadas por meninos

Deputados do PS, com Isabel Moreira à cabeça, defendem o dever das escolas respeitarem o direito das ‘crianças’ e ‘jovens’ à autodeterminação de género e de nome, bem a utilização das casas de banho ou balneários ‘tendo em consideração a sua vontade expressa’. E chocam Oposição.

Miguel Costa Matos, líder da Juventude Socialista (JS), que garantiu não se tratar de «rapazes a entrar nas casas de banho das raparigas», mas sim de «as escolas poderem respeitar quando uma criança muda de sexo». «O que está previsto na nossa legislação é que, abaixo dos 16, anos exige um extenso processo de avaliação médica e diagnóstico médico. Portanto, não é um rapaz entrar na casa de banho de uma rapariga assim à toa», defende Costa Matos, para quem este projeto de lei passa por ver a escola a «respeitar esse processo que a criança está a fazer», até porque «sabemos que a disforia de género – as pessoas estarem com um sexo biológico errado relativamente àquilo que é a sua identidade de género – é algo que existe, mesmo em crianças, não é uma coisa que aparece a partir de certa idade».

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