A situação até pode ser completamente legal mas o conflito moral é evidente", atirou o deputado liberal Carlos Guimarães Pinto, considerando que se trata mais de uma "falha ética" a manchar o Governo socialista. "É uma infelicidade que tenhamos que atravessar, de forma permanente, casos como este no Governo", reforçou o deputado, durante a audição parlamentar, pedida pelo PSD, com caráter de urgência.
Para Carlos Guimarães Pinto, até ao final desta quarta-feira, a ministra Ana Abrunhosa só tem "duas alternativas": ou as empresas do marido devolvem os fundos comunitários que receberam ou Ana Abrunhosa deve demitir-se.
O deputado liberal ainda ia a meio a sua intervenção, quando já se ouvia a voz da deputada socialista Isabel Guerreiro a questionar a Mesa da Comissão: "Esta interpelação faz parte da ordem de trabalhos?" .
E, quando a IL contava com uma resposta da ministra, a deputada insistiu: "Esta convocatória está elaborada com dois pontos. Do que eu percebi, eu não posso vir para aqui alegar factos que não têm a ver com a ordem de trabalhos. Não posso falar sobre o café ou o chá que podemos ter tomado ontem à tarde".
Mas Isabel Guerreiro não se ficou por aí. Exigiu, de seguida, que a intervenção de Carlos Guimarães Pinto fosse "retirada" da gravação e excluída da acta da reunião da Comissão desta quarta-feira.
Perante isto, a ministra escusou-se a responder à IL, alegando: "Creio que já respondi a todas as questões que foram colocadas".
Em reação, o deputado do Chega Bruno Nunes atirou: "Vou responder-lhe da mesma forma. Considerando que não será ministra até ao final do dia, não tenho mais perguntas para lhe fazer".
Já na segunda fase de audição, Bruno Nunes atirou, considerando que foi usado um "lápis azul" para se fazer um "cerco vermelho" à volta dos liberais : "Espero que o PS não mande apagar o meu audio como fez à Iniciativa Liberal". E classificou como "completamente errado", ao nível ético e moral" que o marido de Ana Abrunhosa receba fundos atribuídos por organismos tutelados pela ministro.
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