O Algarve em 1867 ou um retrato arrasador dos algarvios e da região
1ª parte
O Algarve em 1867 ou um retrato arrasador dos algarvios e da região – Albufeira, Alcoutim e Aljezur
Por Aurélio Nuno Cabrita
O Algarve em 1867 ou um retrato arrasador dos algarvios e da região – Albufeira, Alcoutim e Aljezur
2ª parte
Por Aurélio Nuno Cabrita
Excertos da 1ª parte
De acordo com o relatório, a fraude era a regra em todos os concelhos, à exceção de Faro e Tavira. O governador criou normas e fiscalização, extinguindo de imediato 8 rodas, subsistindo as de Faro, Tavira, Castro Marim, Loulé, Albufeira, Silves e Lagoa. A 30 de Junho de 1866, estimavam-se no distrito 1 339 crianças expostas. A população do Algarve era de 174.445 pessoas.
Havia instituições que tinham empregados a mais, e como se não bastasse muitos eram gratificados por serviços que deviam cumprir gratuitamente, entre outras irregularidades.
Com políticos medíocres, funcionários incapazes e uma pequena elite retrógrada a ocupar cargos nas diversas agremiações, mais preocupada com a espuma dos dias, ou antes consigo mesma, em «jantares e refrescos», em detrimento de investimentos na educação, no combate à pobreza, ou mesmo materiais, em suma de traçar uma estratégia de mudança, o Algarve de 1867 era tudo menos idílico ou cosmopolita.
A ignorância, chico-espertice e indiferença reinavam.
Excertos da 2ª parte
Com políticos medíocres, funcionários incapazes e uma pequena elite retrógrada a ocupar cargos nas diversas agremiações, mais preocupada com a espuma dos dias, ou antes consigo mesma, em «jantares e refrescos», em detrimento de investimentos na educação, no combate à pobreza, ou mesmo materiais, em suma de traçar uma estratégia de mudança, o Algarve de 1867 era tudo menos idílico ou cosmopolita.
A ignorância, chico-espertice e indiferença reinavam.
Excertos da 2ª parte
Não obstante esta famigerada realidade, ficou admirado porque, «sem embargo, vivem [os aljezurenses e alcoutenejos] satisfeitos no estado de atrazo em que se acham e no meio das privações que soffrem, desejando conservar a sua independencia municipal». Autonomia que voltou a frisar não fazer sentido quando houvesse estrada para Monchique.
Advertindo, ainda assim, que continuaria a dar apoio para melhorar «n’este concelho os ramos de administração que mais o carecem», embora, com expetativas muito baixas, «quanto mais insto, mais me convenço do pouco resultado que poderei obter, porque a todos os melhoramentos e reformas se me oppõem com tenaz resistência».
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Autor: Aurélio Nuno Cabrita é engenheiro de ambiente e investigador de história local e regional, bem como colaborador habitual do Sul Informação.
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