Entram nas escolas para leccionar matemática com uma cadeira de estatística do curso de Psicologia (foi por isso que o ME mandou mudar o programa de matemática para se centrar em estatística?) e passados três anos de trabalho entra na carreira como professor.
Os professores que estão a ir embora são pessoas com formação superior (licenciatura, mestrado e doutoramentos), não apena nos temas que leccionam, mas também em didáctica, em pedagogia e em desenvolvimento curricular.
Houve uma altura em que tínhamos professores suficientes para se reduzir o número de alunos por turma, ter disciplinas de opção, do interesse dos alunos e ainda garantir actividades extracurriculares. Em vez de se aproveitar esse capital resolveu-se poupar dinheiro (era preciso enfiar dinheiro nos banqueiros...) fazendo cortes à toa: despedir professores e encher os que sobravam de turmas com mais e, não menos, alunos. Fomos muitos os que logo aí falámos de como essas medidas hipotecavam o futuro da educação, porque essa medida típica de um capitalismo acéfalo e predatório já tinha sido tomada em outros países com a consequência da falta de professores e degradação do ensino - mas os governantes repetiam como papagaios que em dez anos já não haveria alunos e não seriam precisos professores. Já passaram mais de uma dúzia de anos e estamos onde já sabíamos que íamos estar. Um capital cheio de potencial deitado para o lixo. E quando pensamos que não é possível um ministro fazer pior...
Será que vêm professores ou meros biscateiros?
ReplyDeleteSe a malta nova não quer ser professor à entrada da universidade, quererá sê-lo à saída?
Vão 'dar umas aulas' para ganhar uns trocos enquanto não arranjam melhor e depois alguns acabam por ficar. Como acontecia nos anos 80 onde tive colegas que andavam no primeiro ano da faculdade a dar aulas ao 11º ano e pessoas com 'formação em monitor da mocidade portuguesa' a dar ginástica, como se chamava então. Estes casos eram relativamente comuns.
ReplyDeleteSim, nos anos oitenta, eu tinha colegas na Faculdade a dar aulas e andavam no 2º ano do meu curso. Eu só fui dar aulas após a conclusão da Licenciatura que era de 5 anos, nessa altura.
ReplyDeleteO que vai acontecer é que o ensino se vai degradar ainda mais....
Eu conheço um casal que tinha outras profissões, foram dispensados com a pandemia e agora estão no ensino. Entraram este ano que terminou e vão continuar. Não têm formação pedagógica nenhuma mas aposto que o Ministério há de arranjar qq coisa para que eles possam entrar na carreira. É claro que vão andar a marcar passo uma data de anos, mas pronto.
Olha, a minha filha já tinha ideia de pôr os filhos que pretende vir a ter na escola francesa do Porto. E eu acho muito bem!
UmaMaria
A minha mãe andou no Liceu Francês Charles Lepierre antes de ir para o Pedro Nunes, mas eram outros tempos... os anos 30 e 40 do século passado. Percebo isso, mas faz-me pena que as pessoas abandonem a escola pública, porque a educação já foi bastante boa e era nisso que o país devia apostar.
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