"Todos temos uma mancha de humanidade a pesar sobre a história."
Um quadro de Klee chamado Angelus Novus mostra um anjo parecendo que está prestes a afastar-se de algo que está a contemplar fixamente. Os seus olhos estão a olhar, a sua boca está aberta, as suas asas estão abertas. É assim que se imagina o anjo da história. O seu rosto está virado para o passado. Onde percebemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma única catástrofe que continua a empilhar destroços sobre destroços e os atira para a frente dos seus pés. O anjo gostaria de ficar, acordar os mortos e tornar inteiro aquilo que foi esmagado. Mas uma tempestade está a soprar do Paraíso; foi apanhada nas suas asas com tanta violência que o anjo já não consegue fechá-las. A tempestade impele-o irresistivelmente para o futuro, para o qual as suas costas estão viradas, enquanto a pilha de destroços à sua frente cresce para o céu. Esta tempestade é aquilo a que chamamos progresso".
— Angelus Novus', de Paul Klee, comentado por Walter Benjamin
(post da Mª João Guerreiro no FB)
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