June 06, 2022

O Presidente da República faz catastrofismo político

 


E diz... coisas... como a situação ser complexa por ninguém saber o seu epílogo e custos. E que em vez de racionalidade há emoção.

Ora, o que tem piada é vermos nas palavras dele, justamente emoção, nomeadamente medo, o que é visível nas suas palavras que não estabelecem nenhum raciocínio sobre o assunto, apenas frases de medo e ansiedade. É o tom dos discursos dos apaziguadores de Putin que em vez de raciocinarem sobre as possibilidades dos factos presentes, raciocinam emocionalmente a partir do medo do regresso ao passado, a um tratado à Versalhes, aquele que incentivou o nascimento do fascismo - só que Putin já é fascista e está a espalhar o fascismo pela zona russa, de maneira que esse medo já não faz sentido.

Na realidade, emocionais são essas pessoas (algumas, porque Macron está é a querer cavalgar às costas da situação para se projectar a si e à França) que não raciocinam com sangue frio e preferem recorrer aos métodos do passado, mesmo quando as condições se alteram completamente e as pessoas com quem se lida se revelam: Putin, para quem não o via (quase todos os políticos do Ocidente) agora revelou-se e não há maneira voltar atrás e lidar-se com ele como se pudéssemos 'des-ver' que ele é um fascista, que não respeita nenhum acordo e que é uma pessoa sem limites morais.

À boa maneira política, tem uma visão curta. Vê os efeitos económicos e políticos de curto prazo mas não considera os de longo prazo.

Quando diz que não sabemos o epílogo e os custos desta guerra, não é verdade. Sabemos o que acontece se certos epílogos forem permitidos. Se Putin ganha esta guerra, fecha o país no fascismo militarizado, que já está em marcha e nos próximos anos invade outros países próximos. Seriam anos de total instabilidade política e económica para esses países e para nós. A China aventurava-se em Taiwan e ficávamos com duas forças imperialistas a incentivar o progresso das tiranias e do fascismo. Víamos uma corrida às armas no mundo inteiro. A Europa, que agora está unida, apesar de tudo, fragmentava-se e as consequências económicas e políticas dessa fragmentação seriam muito mais catastróficas do que suportar a Ucrânia ou ajudar a Rússia pós-Putin. Se juntarmos a isto a incerteza do apoio dos EUA em caso de voltar a eleger um Trump, vemos que o pior de tudo é o epílogo em que Putin sai vencedor desta invasão fascista-imperialista.

Quem não vê isto é quem está tomado de medo de Putin ou tem interesses particulares pelos quais está disposto a sacrificar a paz e a segurança de todos.


Marcelo alerta para “tempestade quase perfeita” a nível internacional


“A situação internacional é extremamente complexa, porque ninguém sabe qual o epílogo do que estamos a viver, ninguém sabe quais os custos desse epílogo e depois do epílogo, e ninguém sabe qual vai ser a configuração definitiva na correlação entre os poderes maiores” do mundo, declarou o chefe de Estado quando traçou o panorama da actual conjuntura global.

Já sobre a guerra na Ucrânia, o Presidente da República transmitiu uma preocupação de fundo. “A emoção esteve sempre na política, só que era disciplinada substancial ou aparentemente pela razão. Agora, extravasou dos limites da razão e o máximo que a razão pode fazer é tentar condicionar e travar os excessos da emoção”, assinalou o chefe de Estado. Para Marcelo Rebelo de Sousa, relativamente ao caso da Ucrânia, “há questões a serem tratadas pela via da racionalidade, mas outras de forma muito emocional”.

No comments:

Post a Comment