Morreu este actor que entrou em mais de uma centena de filmes, com quem conheci uma boa parte da linguagem e do estilo do cinema francês. Foi a ver o filme 'Z' (em português, Z - A Orgia do Poder), onde ele faz de juiz de instrução que conheci Costa-Gravas, um realizador que marcou muito a minha maneira de ler as entrelinhas políticas e os sub-textos nos filmes.
O filme está inteirinho no YouTube. Trintignant é ainda novo e tem uma energia contida que sobressai.
Já com oitenta anos, fez o filme, "AMOR" de Michael Haneke, pelo qual recebeu o César de melhor actor. O filme ganhou a Palma de Ouro. Ele e Emmanuele Riva são um casal de professores de música na reforma e ela tem um AVC. É um filme sobre a distância que separa o corpo e o espírito. Porque nós não envelhecemos com o corpo mas às vezes o corpo diz-nos, como o fado da Amália, já não te acompanho mais. Também é sobre a proximidade entre um espírito e outro espírito, que se reconhecem como um num universo próprio e insubstituível. Muito humano e comovente.
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