May 26, 2022

Os sistema de educação em geral são dirigidos por gente sem cabeça e sem escrúpulos

 




Investigação internacional revela que milhões de alunos foram espiados em aulas online durante a pandemia

Por Simone Silva

Uma investigação global a 164 plataformas de educação, chamadas de EdTech, de 49 países (Portugal ficou de fora), descobriu que milhões de crianças viram os seus dados pessoais espiados em aulas online, durante a pandemia de Covid-19.

Segundo a pesquisa da ‘Human Rights Watch’, – ‘EdTech Exposed’ – utilização dessas plataformas educativas online por parte dos países coloca em risco ou viola diretamente a privacidade das crianças e outros direitos, para fins não relacionados com a sua educação.

A pandemia de coronavírus abalou a vida e a aprendizagem de crianças em todo o mundo. A maioria dos países optou por aulas online, substituindo as salas de aula físicas por sites e aplicações de EdTech, o que ajudou a preencher lacunas urgentes na oferta de alguma forma de educação para muitas crianças.

Mas na pressa de ligar as crianças às salas de aula virtuais, poucos governos verificaram se as EdTechs que estavam rapidamente a adquirir para as escolas eram seguras para as crianças, revela a organização.

Como resultado, as crianças cujas famílias podiam pagar o acesso à internet, ou que fizeram grandes sacrifícios para fazê-lo, foram expostas às práticas de privacidade dos produtos EdTech que foram instruídos ou obrigados a usar durante o Covid-19.

A ‘Human Rights Watch’ realizou a sua análise técnica dos produtos entre março e agosto de 2021, descobrindo que das 164 plataformas EdtEch analisadas, 146 (89%) sugeriam estar envolvidas em práticas de dados que colocam os direitos das crianças em risco, contribuem para prejudicá-los ou violam ativamente esses direitos.

Essas plataformas monitorizavam ou tinham capacidade para monitorizar as crianças, na maioria dos casos secretamente e sem o seu consentimento ou dos pais, em muitos casos recolhendo dados sobre quem são, onde estão, o que fazem na sala de aula, quem são a sua família e amigos e que tipo de dispositivo as suas famílias poderiam pagar para eles usarem.

A maioria das plataformas instalou tecnologias de rastreamento que acompanharam as crianças fora das salas de aula virtuais e pela Internet ao longo do tempo.

Segundo a mesma investigação, a maioria das plataformas enviava ou concedia acesso aos dados das crianças para empresas terceirizadas, geralmente empresas de tecnologia de publicidade (AdTech). Ao fazê-lo, parecem ter permitido aos algoritmos sofisticados a oportunidade de unir e analisar esses dados para adivinhar as características e interesses pessoais de uma criança.

O acesso a esses insights poderia então ser vendido para qualquer pessoa – anunciantes, corretores de dados e outros – que procurassem atingir um grupo definido de pessoas com características semelhantes online.

O estudo investigou os seguintes países: Argentina, Austrália, Brasil, Burkina Faso, Camarões, Canadá, Chile, China, Colômbia, Costa do Marfim, Equador, Egito, França, Alemanha, Gana, Guatemala, Índia, Indonésia, Irão, Iraque, Itália, Japão, Cazaquistão, Quênia , Malawi, Malásia, México, Marrocos, Nepal, Nigéria, Paquistão, Peru, Polónia, República da Coreia, Roménia, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Espanha, Sri Lanka, Taiwan, Tailândia, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos, Uzbequistão, Venezuela, Vietname e Zâmbia.

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