O relevo apanha a cena na máxima intensidade dramática do momento em que Eurídice é puxada por uma força que Orfeu tenta, mas não consegue, contrariar. A força que puxa Eurídice é visível no movimento dos seus panejamentos que esvoaçam com a violência da sucção e se lhe colam ao corpo. A expressão de Eurídice é de lamento enquanto a cabeça, tentando opor-se ao movimento contrário do corpo, lança um último olhar de despedida a Orfeu. Orfeu emprega todas as suas forças para segurá-la. Os pés firmes na terra, todos os músculos retesados na tarefa, vã, de a segurar, quando já as suas mãos não conseguem segurar-lhe o braço que vemos a deslizar. A lira que nunca mais tocará, deitada ao chão.
Relief by Tristan MacDougall.
British contemporary sculptor
Orfeu amava apaixonadamente a ninfa Eurídice. Casaram. Um dia, Eurídice passeava com as ninfas, quando foi surpreendida pelo pastor Aristeu, que, ao vê-la, se apaixonou perdidamente e tentou conquistá-la. Na sua fuga, Eurídice pisou uma cobra e morreu da mordedura.
Orfeu, inconsolável, tocou e cantou aos homens e aos deuses, mas nada conseguiu. Decidiu, então, descer ao reino dos mortos para conseguir recuperar Eurídice. Perante o trono de Hades e Perséfone, Orfeu cantou o seu desgosto e o seu amor - Hades e Perséfone ficaram tão comovidos que lhe devolveram Eurídice, com uma condição: não poderia olhá-la antes de terem alcançado o mundo superior. Quase a chegar aos portões de Hades, Orfeu virou-se para trás para confirmar que Eurídice o seguia. Eurídice foi levada para o mundo dos mortos, por uma força irreversível. Orfeu tentou alcançá-la, mas sem êxito.
Porto Editora – Orfeu e Eurídice na Infopédia - https://www.infopedia.pt/$orfeu-e-euridice [adaptado]
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Karl Richter
Münchener Bach-Chor, Münchener Bach-Orchester
Gundula Janowitz (Eurídice)
Dietrich Fischer-Dieskau (Orfeu)
Edda Moser (Amore)
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