... mas que nunca, ou raramente, são equacionadas porque custam dinheiro e nas escolas querem professores excelentes a preço de feira de ciganos, alunos excelentes por obra e graça do Espírito Santo, etc.
Falo de mobiliário. Uma das razões das aulas serem difíceis de aguentar está no mobiliário, que não é, nem ergonómico nem dinâmico.
- Os aluno sentam-se em cadeiras de madeira out plástico rígidas que causam má postura da coluna, com dores e mal-estar que se vai agravando à medida que o dia avança e passam mais horas sentados. Tenho experiência dessas cadeiras porque quando passo um filme, vou sentar-me numa cadeira livre na fila de trás. Ao fim de um quarto de hora já não tenho posição e começo a torcer-me toda na cadeira de um lado para o outro. Levanto-me e vou-me encostar, em pé, à parede do fundo da sala e lá fico.
Vemos os alunos durante as aulas a torcerem-se, a empinar as cadeiras (fico sempre com medo que caiam para trás e batam com a cabeça) para dar algum movimento ao corpo, a fazer alongamentos com os braços e as pernas - há alunos com um metro e meio que nem chegam com os pés ao chão e para quem as mesas são altas e outros (no 11º e 12º é comum, sobretudo nos rapazes) com mais mais de um metro e oitenta cujas pernas não cabem nas mesas, nem o corpo naquelas cadeiras.
Os miúdos estão em crescimento... há alunos que aproveitam qualquer desculpa para pôr-se um bocadinho em pé, o que não pode ser, andarem todos em pé de um lado para o outro, mas tem que ser, às vezes, porque nem sempre aguentam.
As salas deviam ter cadeiras e mesas variadas e ergonómicas que servissem a vários corpos físicos em momentos do desenvolvimento diferenciados. Esta cadeira de ajoelhar do vídeo é excelente, não só porque favorece a postura mas porque é dinâmica, permite algum movimento. Outras cadeiras podiam ter costas, mas não podiam ser rígidas como são. As taças deviam ter mesas normais e algumas mesas de trabalhar em pé para todos os que trabalham melhor assim.
Podiam ter um 'pod' - há sempre alunos que faltam aos testes por qualquer razão e depois têm que fazê-los durante uma aula normal com ruído porque há diálogo, discussão, interacção.
Mobiliário ergonómico e dinâmico fazia muito mais pelo progresso dos alunos que 100 reformas mirabolantes. Custa dinheiro? Pois custa, mas as dezenas de más reformas que já fizeram nos últimos 20 ou 30 anos custaram mais e não tiveram grande proveito. Se tivessem usado o dinheiro em coisas úteis em vez de comissões de reforma e estudos de caminhos que levam a lado nenhum ou ao desastre, estávamos agora todos muito melhor. A Lurdes Rodrigues, quanto a mim, só fez duas coisas positivas na educação entre as mil negativas e uma delas foram as obras nas escolas. Fez uma diferença positiva no trabalho cujos resultados foram imediatos, assim que começamos a trabalhar noutro envolvimento com boas condições.
Não há boa educação sem investimento. Aquela frase idiota do Crato de fazer mais com menos é um desejo infantil.
Secretárias de pé
nesta imagem vê-se à frente um aluno completamente 'deitado' na cadeira com as costas todas tortas
'Pods' insonorizados.
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