No filme, vemos a realidade de uma escola comum pelos olhos dum professor substituto (representado por Adrien Brody). Contratado por um mês, pensava poder viver desapegado de tudo e de todos, para não se magoar. Daí escolher ser um professor substituto: nunca está muito tempo numa escola, não tem tempo de se apegar aos alunos, só tem que ocupá-los até que o professor permanente chegue. Uma impossibilidade anunciada. Rapidamente o professor descobre que o desapego é humanamente impossível.
O que ele vê: pais ausentes e desinteressados da vida dos filhos que só aparecem na escola para ameaçar e fazer queixas, com alunos à deriva, vítimas sem o saberem, a precisarem urgentemente de um guia; com diretores exaustos e desmotivados; com assistentes fartos de ouvir os alunos dizerem que não querem nada da vida nem têm expectativas, apenas querem andar por aí; com representantes autárquicos ignorantes que falam em dinheiro e gestão e números; com uma sociedade demissionária das suas responsabilidades que alimenta os jovens com violência, pornografia, superficialidades e futuros de prazer e felicidade ao virar da esquina e que pensa a escola como um laboratório 'behaviorista' onde se emendam todos os erros e disparates que os alunos trazem dos agentes de socialização exteriores à escola, como se os alunos fossem máquinas cheias de botões onde os professores carregam e eles, quais autómatos, transformam-se milagrosamente em jovens responsáveis, curiosos, assertivos, profundos, trabalhadores, inventores, líderes, etc. Tudo isto ele vê pelas emoções dos alunos e o desapego torna-se uma impossibilidade humana.
Este trailer não mostra nada do que o filme é. Até parece que é sobre um romance entre ele e uma aluna, o que não é.
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