Elon Musk pôs no céu milhares de satélites (por razões comerciais) que parecem estrelas e afectam a observação dos astrónomos, mas a mim afecta-me de outra maneira: a ideia de que o céu estrelado já não é o céu estrelado, o céu de Van Gogh e o céu da poesia. Quando olhamos para o céu não sabemos se estamos a ver uma estrela ou um satélite e essa dúvida estraga a poesia. Já há muito tempo que não temos o céu estrelado da minha infância, sem dispositivos artificiais e visível, até da cidade, muito menos luminosa: todos os dias, por muito mau que fosse o dia, chegávamos ao fim e podíamos sonhar só de olhar o céu pejado de estrelas, à noite.
Agora são sonhos eléctricos de circuitos, chips e transmissores e quando olhamos pelo telescópio, os satélites de Elon Musk provocam, 'arranhões' que estragam a imperturbabilidade do movimento dos astros.
Isto afecta-me a poesia.
João P. Santos
Toda a razão do mundo!
ReplyDeleteÉ como se tivessemos estrelas de plástico....
do androids dream with electric sheeps?
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