Trump, que herdou o dinheiro do pai e sem dúvida foi posto em Harvard com uma qualquer generosa doação do papá à universidade acha-se, no entanto, uma espécie de vencedor da vida, não percebendo que partiu largamente à frente de quase todos os outros. Agora está doente com o corona. Sem dúvida deve ter quatro médicos de serviço 24 horas por dia sem saírem da cabeceira dele mais 6 enfermeiros, dois dos quais só para olharem para as máquinas, mais a farmácia dos militares fechada só para ele de modo que, se não tiver muito azar, há-de sair bem disto e há-de convencer-se que é invencível e superiormente forte por vencer a doença, não percebendo nunca que desde que nasceu, sempre teve tudo preparado (mesmo que não fosse um desonesto) para que tudo lhe corra bem, podendo até ser um idiota incompetente - só precisava de não ter um enorme azar qualquer. Já a maioria dos outros, para que tudo não lhes corra mal, precisam de ter, só para chegar à situação de que ele partiu, uma enorme e improvável sorte.
Entretanto, aqueles a quem ele andou a infectar nestes dias em que já sabia que tinha estado em contacto com um caso positivo e não se deu ao trabalho de avisar ou sequer de andar de máscara, precisarão de sorte, muita sorte.
E é nesta falsa meritocracia que vivemos há dezenas de anos a criar um fosso de desigualdades.
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