July 16, 2020

O primeiro-ministro não está disposto a gastar um tostão com as escolas



... e tem andado a falar do surto que aí vem no Inverno mas não mexe um dedo para que haja condições de segurança nas escolas. Em tempos de normalidade gasta-se o tempo a fazer reformas estéreis em vez de tomar medidas que importam, como é  de reduzir o número de alunos por turma - pelo contrário, fecham-se escolas e aumentam-se os ajuntamentos- e nem agora que estamos em tempos excepcionais o governo cede em fazer o importante: prefere pôr em risco a vida dos professores, dos alunos e dos familiares de ambos. Agradece-se-lhes muito, aos professores, mas não o suficiente para se lhes poupar a saúde ou até a vida.

"Para a sociedade civil que for ao teatro ou ao cinema tem de estar separado por uma cadeira, os trabalhadores da construção civil têm de estar a dois metros de distância e, nas escolas, vale tudo"

A 3 de julho, as escolas receberam um documento assinado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Ministério da Educação no qual seguia um conjunto de recomendações sobre os comportamentos a adotar no próximo ano letivo. De acordo com as orientações, lia-se, deve ser garantido, "sempre que possível", o distanciamento de "pelo menos 1 metro" entre alunos. Um medida que representa um retrocesso relativamente aos dois metros entre mesas definidos para o regresso dos 11.º e 12.º anos em maio.
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"Um metro é a distância mínima", referiu Graça Freitas, na conferência de imprensa da passada sexta-feira. Mas a esta medida "somam-se outros métodos de barreira como as máscaras, a disposição das carteiras nas salas". E a ministra da Saúde, Marta Temido, reforçou: "em circunstâncias em que esse distanciamento físico não seja possível e seja compatível com a utilização de outros métodos barreira, isso poderá ser equacionado".

No entanto, diretores e professores lembram que nem todas as escolas reúnem condições nas salas de aula para garantir esta distância mínima sem recorrer ao desdobramento de turmas em todas as escolas. "Só nos resta concluir, porque conhecemos bem a realidade das nossas escolas, que a regra do distanciamento físico de um metro, no mínimo, não vai ser cumprida nas escolas, o que a ASPL vê com muita apreensão", lê-se no comunicado enviado às redações pela Associação Sindical dos Professores Licenciados (ASPL).



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