Paulo Cardoso, do Conselho Executivo da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), relembrou que, nas escolas que abrangem o 2.º e 3.º ciclos, as recomendações do Governo levam a que existam alunos a conviver no mesmo espaço com regras de utilização de smartphones diferentes. O representante dos pais reconhece que a sensibilização dos alunos deve ser feita através das famílias e das escolas, salientando a necessidade de alertar os pais para o facto de que a não utilização do telemóvel é "uma situação benéfica para saúde mental dos alunos”. Defendeu ainda que, caso seja proibida a utilização de telemóvel aos alunos, esta deve ser estendida a professores e assistentes operacionais.
existam alunos a conviver no mesmo espaço com regras de utilização de smartphones diferentes. É verdade. Há professores que não querem proibir os telemóveis nas aulas mas estão sempre a queixar-se de terem apanhado os alunos no telemóvel -a ver futebol, nas redes sociais, a ver pornografia, a copiar, etc.- e a terem que chatear-se com isso. Outros fingem que não vêem para não se chatearem. Depois, os professores que fazem cumprir o regulamento e não deixam os alunos estar com os telemóveis, têm problemas porque os alunos acham que se podem com um professor têm de poder com os outros.
Adicionalmente, o representante dos directores das escolas públicas salientou a importância do papel dos pais na diminuição da utilização de telemóveis por parte dos alunos, alertando para a "diabolização" da escola na discussão sobre o tema. Filinto Lima acusa os pais de, por vezes, utilizarem os telemóveis como um instrumento para "controlar" os filhos, acrescentando que o uso excessivo do telemóvel e de outros meios tecnológicos por parte dos mais jovens é "um problema da sociedade" e não só da escola.
Directores prezam autonomia, professores defendem proibição de telemóveis a alunos mais novos
Também a representante dos professores reconhece a existência do mesmo comportamento por parte dos encarregados de educação, constatando que, ao tentar apostar na sensibilização, os professores encontram "resistência por parte das famílias e, por consequência, resistência por parte dos alunos" relativamente à não utilização dos telemóveis em ambiente escolar, explica Paula Carqueja, acrescentando que, por vezes, as próprias tentativas de contacto por parte dos encarregados de educação são um factor de perturbação.