"Se Nietzsche fosse um Narwhal: O que a Inteligência Animal revela sobre a estupidez humana"
Após um holocausto nuclear mundial, as poucas criaturas sobreviventes - amibas- fazem uma reunião e decidem tentar evoluir novamente. Mas antes fazem um juramento solene: "Desta vez, nada de cérebros! ”"Se Nietzsche fosse um Narwal" começa com o grande depressivo em pessoa, que não tinha falta de cérebro. "Nietzsche", ao mesmo tempo que tinha pena dos bois por não poderem contemplar a existência, desejava ser estúpido como um boi, para não ter de contemplar a existência.
Gregg acha a consciência da morte (dor, medo, niilismo, angústia mental e emocional) uma desvantagem: "Acredito que os animais . . . não sofrem tanto como nós pela simples razão de que não podem imaginar as suas mortes".
O autor sugere que reconsideremos a nossa "crença inabalável" de que a inteligência, seja qual for a nossa definição, é uma coisa boa, "um ingrediente mágico que se pode borrifar num macaco aborrecido, ou num robô, . . . e criar algo melhor".
"Podemos usar o nosso intelecto humano - e muitas vezes usamos- para adivinhar os segredos do universo e gerar teorias filosóficas baseadas na fragilidade e na transitoriedade da vida, mas também podemos e, frequentemente o fazemos, aproveitar esses segredos para causar a morte e a destruição e distorcer essas filosofias para justificar a nossa selvageria. Com a compreensão de como o mundo foi construído, vem o conhecimento para o destruir. Os humanos têm tanto a capacidade de racionalizar o genocídio como a competência tecnológica para o levar a cabo".
Nós, seres humanos, estamos enfeitiçados pela nossa própria inteligência. A nossa inteligência permitiu-nos curar doenças, escrever sinfonias e livros, inventar ciência, desenvolver ideias e sociedades complexas, mas também - especialmente através das capacidades linguísticas - nos permitiu enganar a nós próprios e aos outros. É verdade que os animais por vezes enganam, mas quando as pessoas o fazem, é uma história diferente. Literalmente. Somos espertos e temos uma linguagem que nos permite deturpar a verdade, sabendo sempre e muito bem que estamos a mentir.
Quanto à ética e à moralidade, Gregg observa que, enquanto as capacidades cognitivas humanas "moldaram o sentido moral humano a partir do barro da normatividade animal", o nosso raciocínio moral "conduz frequentemente a mais morte, violência e destruição do que encontramos no comportamento normativo dos animais não humanos". Os animais têm sistemas baseados em normas, mas os desvios raramente resultam, como acontece connosco, em morte e sofrimento em massa. Os animais não cometem genocídio.
Gregg fala em "miopia prognóstica", como "a capacidade humana de pensar e alterar o futuro, associada a uma incapacidade de realmente se preocupar com o que acontece no futuro". É causada pela capacidade humana de tomar decisões complexas, recorrendo às nossas capacidades cognitivas únicas que resultam em consequências a longo prazo. No entanto, porque a nossa mente evoluiu principalmente para lidar com os resultados imediatos dos acontecimentos- não futuros - raramente experimentamos ou até compreendemos as consequências destas decisões a longo prazo". Pense em armas nucleares, gases com efeito de estufa, poluição a longo prazo versus lucro a curto prazo. A nossa "clarividência míope", argumenta Gregg, é "uma ameaça ao nível da extinção para a humanidade".
Gregg conclui que "razões para atenuar a nossa presunção. Dependendo de para onde vamos a partir daqui, a inteligência humana pode ser apenas a coisa mais estúpida que alguma vez aconteceu".