Friedrich Nietzsche não era adepto do racionalismo cartesiano com a sua tentativa de se ver a si próprio e a toda a realidade objectivamente, apenas com as ferramentas da razão pura. Descartes sustentava que o nosso 'eu', entendido como a nossa mente, era a característica mais conhecida da nossa experiência, o auto-conhecimento da nossa própria existência e natureza. Como se o 'eu' fosse algo fixo e à espera de ser descoberto através da razão pura.
Nietzsche toma o 'eu', não como um conceito metafísico mas sim como uma dinâmica em movimento, uma projecção psicológica para o futuro imaginando as nossas próprias possibilidades. Não um 'eu' metafísico ou religioso fixo, mas algo fundado nas nossas características de espécie e nos nossos desejos individuais para as nossas vidas de uma maneira naturalista.
Ele diz que quer o seu 'próximo', o seu 'eu', não dentro mas fora, projectado para longe, como uma estrela que se almeja e não como um interior estático e rígido que se conhece mas não se vive. Como diz no Aforismo 16., o excesso de racionalização paralisa:
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