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October 31, 2020

Como se chama as pessoas que dão informações que sabem ser falsas?

 


Toda a gente sabe que o número de declarações foi pequeno porque o SE disse várias vezes (apareceu nos jornais e em vários sites) que as pessoas com doenças que as inclui em grupos de risco e que não podem, por isso, ir dar aulas presenciais tinham que pôr baixa e foi isso que muitos fizeram, pois quando se falou da declaração já essas mesmas pessoas tinham entregue a baixa. Quantos são estes? Não sei, mas sei que o ministro sabe muito bem disto e finge que não sabe e diz estas aldrabices de só haver 700 professores a pertencer a grupos de risco. Como se fosse provável que num universo de 120 mil professores ou coisa parecida, sendo a maioria pessoas acima dos 55 anos, só houvesse 700 com doenças de risco para a Covid.




May 17, 2020

Vêm todos daquela escola chamada, 'mentideros unidos'



Quantos assintomáticos andam aí pelos hospitais...?

Questionado sobre um estudo da fundação Champalimaud e da Ordem os Enfermeiros segundo o qual o número de enfermeiros expostos ao novo coronavírus é até 10 vezes superior ao número de infeções confirmadas, António Lacerda Sales, escusou-se a comentar a própria investigação, mas afirmou que "todos os profissionais de saúde estiveram protegidos, quer do ponto de vista de equipamentos de proteção individuais quer do ponto de vista da testagem enquanto contactos com doentes".

A estimativa partiu dos resultados de testes serológicos feitos nos dois hospitais, em Lisboa e no Porto, da responsabilidade da Fundação Champalimaud, em associação com a Ordem dos Enfermeiros.

Os números divulgados mostram que das pessoas testadas no Hospital de Santo António, no Porto, há 10 vezes mais infetados do que o número identificado anteriormente, e que no Hospital de Santa Maria o número de infetados é 11 vezes superior.

O rastreio serológico foi feito a 657 profissionais, 206 enfermeiros e 141 assistentes no Hospital de Santo António, e 184 enfermeiros e 126 assistentes no Hospital de Santa Maria.


April 09, 2020

NÃO, NÃO HOUVE PICO DE INFECTADOS! E COMO SABER POR SI MESMO SEM OUVIR TELEJORNAIS



NÃO, NÃO HOUVE PICO DE INFECTADOS! E COMO SABER POR SI MESMO SEM OUVIR TELEJORNAIS
Jorge Buescu
Mereceu grande destaque na Comunicação Social a reunião de ontem à porta fechada no Infarmed, entre a classe política e as autoridades sanitárias, na qual terá sido afirmado que o “pico” poderia ter ocorrido em Março passado. Esta afirmação, de paternidade nunca assumida, foi dada em todos os telejornais em cambiantes ligeiramente diferentes: poderia ter sido na semana de 23 a 27 de Março, no dia 26 de Março ou em “finais de Março”. O Expresso noticiava à noite 26 de Março, tendo entretanto alterado para “finais de Março”).
Vou supôr, em todo este artigo, que esta afirmação se refere ao pico de infectados activos, que é a variável relevante dos modelos epidemiológicos do tipo SIR e em termos práticos é a que realmente nos interessa como cidadãos: é o número de doentes que hoje têm a doença. E reafirmo que, como sempre fiz, os meus cálculos têm por base exclusiva os Boletins da DGS, que tomo como bons.
Será então verdade que o pico desta curva foi atingido em Março?
A resposta é o mais rotundo “NÃO!”
Não sei de onde surgiu a afirmação fantasiosa de que o pico de infectados já teria sido atingido. Qualquer pessoa que faça modelação, como a minha equipa, ou mesmo que faça um simples fit aos dados, como há tantos cidadãos a fazer, sabe que a curva dos infectados activos passou o ponto de inflexão, deixando a fase exponencial, em 31 de Março-1 de Abril, e está agora na fase sigmóide de subida para o pico. A manterem-se os parâmetros actuais este será atingido nunca antes da segunda quinzena de Abril, mais provavelmente para o final do mês.
Dizer que houve um pico de infectados em Março é não apenas uma afirmação errada como, na minha opinião, extremamente perigosa pois induz em erro, transmitindo a uma sensação de falsa segurança e a um eventual relaxamento no cumprimento das medidas de contenção. Estamos em plena subida para o pico dos infectados activos, que é a altura mais perigosa do surto.
É muito fácil compreender que é errada. O leitor pode detectar no conforto de sua casa quando é atingido o pico no número de infectados activos, da forma que vou explicar. O número de infectados activos em cada instante é o número de novos infectados, ou casos confirmados (C), surgido de um dia para o outro, subtraído do número de casos de doentes entretanto removidos (R), que são os recuperados mais os óbitos.
Portanto a receita para calcular o número de novos infectados activos a partir dos Boletins da DGS é muito simples: sendo os números que aparecem nos Boletins os totais acumulados, basta comparar Boletins da DGS de dois dias consecutivos e fazer as diferenças para saber os números de novos casos, novos recuperados e novos óbitos de um dia para o o outro. Basta fazer três contas de subtrair.
Calculamos o número de novos infectados fazendo a diferença entre os casos confirmados (NC) de um dia e os do dia anterior; calculamos o número de novos recuperados (NR) e de novos óbitos (NO) da mesma forma. E agora fazemos a diferença, para calcular o número de novos infectados activos: NA= NC – (NR+NO). Enquanto este número for positivo, ainda estamos a crescer em direcção ao pico pois o saldo é positivo. Quando este número passar a negativo, passámos o pico, passando a ter cada vez menos infectados activos. O mais provável é que esta transição não seja brusca, num só dia, e que quando estivermos a passar pelo pico este número tenha pequenas flutuações diárias entre positivo e negativo – o famoso “planalto” de que fala a DGS.
Mas, que não haja dúvidas: ainda estamos muito longe dele!
Dou um exemplo destes cálculos com as contas de hoje. Anexo os Boletins da DGS de hoje e de ontem (note-se que os dados do Boletim de cada dia são sempre relativos ao dia anterior). Neles podemos verificar que, no Boletim de 7/4/2020, havia os acumulados de 12442 confirmados, 184 recuperados e 345 óbitos. No de hoje, 8/4/2020, há o acumulado de 13141 confirmados, 196 recuperados e 380 óbitos. Portanto NC = 699, NR = 12, e NO = 35. Consequentemente, o número de casos activos teve a variação NA = 699 - (12+35) = 652. Há mais 652 casos activos do que ontem. Contra factos não há argumentos: estamos a subir a montanha dos infectados em direcção ao pico, que ainda está longe.
Esqueçamos afirmações vagas e enganadoras: a partir de hoje cada um de nós pode fazer as contas no conforto do lar, por si próprio, a partir dos boletins da DGS, e extrair a conclusão sobre o que está na realidade a acontecer, sem ler jornais ou ouvir telejornais. E ter a certeza de quando é atingido o pico, e ver quanto tempo ficaremos no planalto, e verificar quando a curva começa a descer, e a que ritmo essa descida se dará. Mas isto ainda está tudo no futuro: nunca acontecerá antes da segunda quinzena de Abril, e isto se mantivermos a nossa disciplina colectiva como até aqui.
A afirmação de que teríamos atingido o pico, além de errada, parece-me extremamente perigosa, pois induz uma falsa sensação de segurança na população, levando-a a pensar erradamente que "já conseguimos", afrouxando os comportamentos que tão bons resultados têm dado, alterando os parâmetros e pondo em risco a evolução futura das curvas. E isso, numa altura como a Páscoa, transmite todos os sinais errados à população.
Pessoalmente, estou muito desiludido com a falta de rigor com que este assunto está a ser tratado. Como escrevi ontem, afirmações erradas como esta lançam falsas expectativas para consumo geral, dando a ideia de que somos tratados como crianças que não estão preparadas para ouvir a verdade e têm de a ir recebendo em doses homeopáticas. Para que o sacrifício de todos nós compense é necessário que toda a informação seja rigorosa e passe a ser comunicada com as maiores transparência e clareza.
Jorge Buescu
8/4/2020
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