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June 04, 2023

Quando as pessoas não sabem pensar ou sabem mas querem tanto provar a sua tese que se enredam em gratuidades

 

Este artigo é um rol de inconsistências, de petições de princípio e de afirmações gratuitas que se voltam contra a própria autora, mais demagogia onde se mistura alhos e bugalhos... uma maneira (ridícula) de desvalorizar a corrupção crescente e evidente das elites políticas e seus satélites é desvalorizar as denúncias e dizer que afinal o povo também foge ao fisco e que há professores de crianças que são pedófilos... hã..? Que tem uma coisa que ver com outra...? Pois, o artigo é todo assim. 

Uma total falta de rigor no pensamento, cheio de demagogia. Como os testes dos alunos que enredam tudo e dão uma trabalheira a corrigir, dá mais trabalho a comentar que a ler. Quem quiser que o leia.

Acaba a citar uma professora do IST (num debate organizado por Catarina Furtado) que colige dados de inquéritos sobre processos de decisão das pessoas e, com isso, dá enormes saltos especulativos qualitativos acerca do que o povo pensa: assim, afirma que em Portugal as pessoas pensam que o povo é santo e as elites são más e a partir daí tece considerações sobre o povo, pondo-se ela mesma do lado de fora do povo...  


“Elite má” versus “povo santo”: 6.º cromo contra o populismo


Mais um cromo para a colecção Populismo é... A caderneta fica com seis cromos. Sugestões são bem-vindas.

Bárbara Reis

January 31, 2022

Porque é que os comentadores falam sempre da escola sem conhecimento de causa mas com grande à vontade?

 


E porque não vão informar-se antes de debitarem as suas rezas? À laia de resposta a este comentador, que não sei quem é nem o que faz na vida, queria só esclarecer o seguinte:

No ensino secundário, os alunos têm a Filosofia como disciplina obrigatória (até agora porque o ex-SE queria acabar sub-repticiamente com a disciplina - tem horror a pessoas que pensam) e não sei se o conseguiu. No 10º ano, é obrigatório o tema da Acção Política e, dentro desse tema temos o problema da organização de uma sociedade justa. Trabalha-se, obrigatoriamente, a Teoria da Justiça de John Rawls e as críticas que lhe fizeram. Ao abordar essa teoria é necessário explicar o funcionamento do Estado de Direito -os vários poderes e a sua independência uns dos outros- e o funcionamento de um Parlamento em democracia; ainda, as dificuldades e problemas que advêm da distribuição da riqueza e as várias perspectivas sobre esse assunto.

Antes desse tema, damos o tema da Ética e dentro da Ética abordamos a questão dos deveres para com os outros, isto é, da vida em sociedade e dos deveres éticos que suportam as sociedades.

É só isto que queria dizer: ao contrário do que alega, isto é, que os alunos não aprendem nada sobre a organização da sociedade política e que é por isso que se alheiam dela, os alunos aprendem sobre o assunto (enfim, não sabemos se o SE acabou com isso ao querer acabar com a filosofia nas escolas), de modo que se calhar não se interessam pela política porque a política não se interessa por eles. Em segundo lugar, gostava que antes de falar da escola e dizer o que a escola deve fazer e ser, podia, da próxima vez, informar-se.  Eu sei que é fácil dizer mal da escola e dos professores,  é uma espécie de desporto nacional, mas não deixa de ser medíocre.


Crónica do dia de reflexão – sugestões para a questão da corrupção


António João Maia

Em primeiro lugar, uma aposta mais clara relativamente à formação e educação para a cidadania. Não apenas numa perspetiva do que seja eticamente aceitável em termos da procura de uma sã convivência social, mas também numa perspetiva de formar e informar os cidadãos, sobretudo as gerações mais novas, sobre a importância do Estado e da participação e envolvimento responsável de todos no seu funcionamento.

Receio que ainda subsistam muito concidadãos, alguns mesmo com formação académica de nível superior, que desconheçam, pelo menos com um detalhe minimamente adequado, como está organizado o Estado, como se articulam as suas estruturas, qual a sua função, e porque razão somos ciclicamente chamados a participar em atos eleitorais. Afinal a democracia faz-se por todos. E se as pessoas não se encontrarem minimamente despertas para o que está em causa, o mais provável será que não se identifiquem com o que delas se espera. Que considerem que não é com elas. Numa palavra, que não se envolvam. A este propósito são importantes os resultados revelados no âmbito do projeto Abstenção e participação eleitoral em Portugal: diagnóstico e hipóteses de reforma, de João Cancela e Marta Vicente.

E estes sinais de um certo “alheamento” ou “distanciamento” da política não se ficam a dever a qualquer incapacidade das pessoas. Será mais o efeito de um certo desconhecimento do que está em causa.

E quanto a este ponto, os políticos, sobretudo os que têm exercido funções executivas, não podem deixar de perceber que devem ter uma ação importante. Dinamizar políticas públicas formativas e informativas em todos os níveis de ensino. Apetece-me escrever, a este propósito, que sou do tempo em que, no ensino secundário (no liceu como então se designava), havia uma disciplina de Introdução à Política. Nela ficávamos a conhecer o modelo de organização política do Estado. O modo com as diversas estruturas que compunham essa organização – estruturas políticas (o Presidente da República, o Parlamento e os deputados, e o Governo), e também as estruturas da Administração Pública (os departamentos, serviços e entidades públicas ligadas aos diversos ministérios) – se interligavam e funcionavam, e o papel central do cidadão em todo este processo.