August 30, 2025

Sim, discordo deste enviesado artigo-líxivia do mandato desastroso de Guterres na ONU




Não é de hoje que os países presentes na ONU têm problemas em entender-se, sobretudo quando as questões afectam as grandes potências. É que estão lá quase todos os países do mundo, mais de 190. 

A ONU é um local de influência e tem de zelar por esse poder de influência, porque não tem força de lei. Porém, tem -tinha- aquilo que os anglo-saxónicos chamam de, “Halo Effect”. Uma projecção de credibilidade, de seriedade, de boas intenções e de carácter impoluto.

Este Efeito Halo depende na sua maioria, do Secretário Geral, a pessoa que escolhe os líderes dos vários sectores, os problemas em foco, as dinâmicas da organização e que exerce uma influência de credibilidade e boa vontade entre os povos. Ao contrário do que diz o Ângelo, é um poder enorme. O poder é tão grande que ele cita a não reeleição de Boutros Ghali como consequência de ter feito uma crítica aos EUA. A não eleição de Boutros Ghali por esta razão, aumentou a credibilidade da ONU como instituição orientada para a justiça e comprometida com a verdade.

Guterres está tão pouco comprometido com a verdade e com os princípios da organização que destruiu completamente o Efeito Halo da Instituição. Tem terroristas nas suas fileiras, dá primazia a líderes de países e organizações terroristas.

O Secretário Geral das NU não pode ser imparcial porque lhe cabe o dever de defender a Carta dos Direitos Humanos. Não pode, como ele fez, negociar direitos humanos por simpatia ou antipatia com países ou povos. Guterres detesta os judeus e gosta dos religiosos islâmicos a quem recusa chamar terroristas; gosta de Putin, mais do que do direito dos povos à auto-determinação.

E este artigo completamente enviesado que fala abusivamente em nome do cidadão comum, na sequência do exemplo de Guterres, fala de Israel ser um país agressor como a Rússia. Qual foi a parte do dia 7 de Outubro de 2023 que escapou a esta articulista? Ou será mais uma neocolonialista, ao modo de Guterres que limpa o sangue da faca do Hamas e tenta enterrá-la nos israelitas? 

Para quem não sabe, só agora neste Agosto de 2025, passados quase dois anos dos ataques do Hamas a Israel é que Guterres anunciou a intenção de adicionar o Hamas à lista negra da ONU de organizações e países que cometem violência sexual sistematizada. Até agora tinha recusado fazê-lo com o falso argumento de não haver evidências, quando os terroristas filmaram tudo. Que credibilidade pode ter uma organização liderada por uma pessoa que se comporta com o Hamas e outros grupos e governos terroristas como Trump se comporta com Putin?

Penso que todos nos lembramos que Guterres, quando estava em campanha para o tacho cargo, prometeu ir avançar os direitos humanos das mulheres - isto para responder aos que preferiam uma mulher no cargo. Pois, foi o que se viu e o que se tem visto. Agora prepara-se para nomear por aclamação uma fanática religiosa do governo do Kahmenei que há mais de 15 anos persegue raparigas e mulheres, muitas que acabam torturadas, violadas e mortas, por terem cabelos à mostra. 

E sim, é preciso mudar as regras e reformar o Conselho de Segurança da ONU, mas ele queimou o Efeito Halo da ONU e a sua credibilidade pessoal é zero, a não ser junto do Hamas, dos talibãs, do Kahmenei e quejandos, devido às opções desastrosas e contrárias ao espírito da Carta das Nações Unidas. 

Portanto, não é verdade que a irrelevância das NU se deva à incapacidade das grandes potências se entenderem. No passado também se desentendiam, mas a voz do SG da organização e as pessoas que o rodeavam, tinham peso. De maneira que a irrelevância, ao contrário do que diz este artigo-lixívia, é sobretudo, obra do seu SG.

As Nações Unidas são demasiado importantes para serem postas nas mãos de tachistas. Emotivistas medíocres, que choram muito mas pensam pouco. Há muita gente com estatura profissional e moral para o cargo. Espero que a próxima pessoa eleita recupere o prestígio da ONU que muita falta faz ao mundo.


80.º aniversário da ONU: “Se as Nações Unidas atravessam uma certa irrelevância, deve-se à incapacidade das grandes potências se entenderem”

Margarida Mota


Nos últimos anos, a fragilidade da organização ficou evidenciada pela turbulência política gerada em torno das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Na Assembleia-Geral — onde estão representados os 193 Estados-membros, cada qual com o mesmo peso nas votações — foram aprovadas resoluções a exigir o fim das duas ofensivas e a proteção das vidas civis. Não sendo vinculativas, essas resoluções, aprovadas por maiorias expressivas, tomaram o pulso ao sentimento do mundo relativamente a essas crises.

No entanto, no Conselho de Segurança — composto por 15 membros, cinco dos quais permanentes e artilhados com o poder de vetar decisões —, nem a Federação Russa nem Israel foram sequer condenados numa qualquer resolução.

Para o cidadão comum, que projeta na mais universal das organizações todo o poder necessário para resolver as charadas mais complexas das relações internacionais, a incapacidade da organização travar os dois países agressores torna-a irrelevante.

“Na realidade, o que está a ser posto em causa é o papel político das Nações Unidas. Esse papel deveria ser o mais importante, na medida em que tem a ver com estabilidade, segurança e paz internacionais. E isso depende muito de como funciona o Conselho de Segurança”, diz Ângelo, que trabalhou 32 anos nas Nações Unidas.

A reforma do Conselho de Segurança é exigência antiga de muitos países, que sentem que decisões da organização ficam reféns da ditadura do veto.

(...) à luz da Carta da ONU, as funções do secretário-geral são muito limitadas.

“Também deveria ser claramente estabelecido na Carta que o secretário-geral tem a possibilidade de criticar ou chamar a atenção de todos os membros do Conselho de Segurança, e que quando essa crítica disser respeito a um membro permanente, este não deve poder usar o veto sobre essa questão” [como aconteceu com Boutros Ghali], acrescenta Victor Ângelo.

expresso.pt/ (pequenos excertos)


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