A ONU é um local de influência e tem de zelar por esse poder de influência, porque não tem força de lei. Porém, tem -tinha- aquilo que os anglo-saxónicos chamam de, “Halo Effect”. Uma projecção de credibilidade, de seriedade, de boas intenções e de carácter impoluto.
Este Efeito Halo depende na sua maioria, do Secretário Geral, a pessoa que escolhe os líderes dos vários sectores, os problemas em foco, as dinâmicas da organização e que exerce uma influência de credibilidade e boa vontade entre os povos. Ao contrário do que diz o Ângelo, é um poder enorme. O poder é tão grande que ele cita a não reeleição de Boutros Ghali como consequência de ter feito uma crítica aos EUA. A não eleição de Boutros Ghali por esta razão, aumentou a credibilidade da ONU como instituição orientada para a justiça e comprometida com a verdade.
Guterres está tão pouco comprometido com a verdade e com os princípios da organização que destruiu completamente o Efeito Halo da Instituição. Tem terroristas nas suas fileiras, dá primazia a líderes de países e organizações terroristas.
O Secretário Geral das NU não pode ser imparcial porque lhe cabe o dever de defender a Carta dos Direitos Humanos. Não pode, como ele fez, negociar direitos humanos por simpatia ou antipatia com países ou povos. Guterres detesta os judeus e gosta dos religiosos islâmicos a quem recusa chamar terroristas; gosta de Putin, mais do que do direito dos povos à auto-determinação.
E este artigo completamente enviesado que fala abusivamente em nome do cidadão comum, na sequência do exemplo de Guterres, fala de Israel ser um país agressor como a Rússia. Qual foi a parte do dia 7 de Outubro de 2023 que escapou a esta articulista? Ou será mais uma neocolonialista, ao modo de Guterres que limpa o sangue da faca do Hamas e tenta enterrá-la nos israelitas?
Para quem não sabe, só agora neste Agosto de 2025, passados quase dois anos dos ataques do Hamas a Israel é que Guterres anunciou a intenção de adicionar o Hamas à lista negra da ONU de organizações e países que cometem violência sexual sistematizada. Até agora tinha recusado fazê-lo com o falso argumento de não haver evidências, quando os terroristas filmaram tudo. Que credibilidade pode ter uma organização liderada por uma pessoa que se comporta com o Hamas e outros grupos e governos terroristas como Trump se comporta com Putin?
Penso que todos nos lembramos que Guterres, quando estava em campanha para o tacho cargo, prometeu ir avançar os direitos humanos das mulheres - isto para responder aos que preferiam uma mulher no cargo. Pois, foi o que se viu e o que se tem visto. Agora prepara-se para nomear por aclamação uma fanática religiosa do governo do Kahmenei que há mais de 15 anos persegue raparigas e mulheres, muitas que acabam torturadas, violadas e mortas, por terem cabelos à mostra.
E sim, é preciso mudar as regras e reformar o Conselho de Segurança da ONU, mas ele queimou o Efeito Halo da ONU e a sua credibilidade pessoal é zero, a não ser junto do Hamas, dos talibãs, do Kahmenei e quejandos, devido às opções desastrosas e contrárias ao espírito da Carta das Nações Unidas.
Portanto, não é verdade que a irrelevância das NU se deva à incapacidade das grandes potências se entenderem. No passado também se desentendiam, mas a voz do SG da organização e as pessoas que o rodeavam, tinham peso. De maneira que a irrelevância, ao contrário do que diz este artigo-lixívia, é sobretudo, obra do seu SG.
80.º aniversário da ONU: “Se as Nações Unidas atravessam uma certa irrelevância, deve-se à incapacidade das grandes potências se entenderem”
Margarida Mota
Nos últimos anos, a fragilidade da organização ficou evidenciada pela turbulência política gerada em torno das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Na Assembleia-Geral — onde estão representados os 193 Estados-membros, cada qual com o mesmo peso nas votações — foram aprovadas resoluções a exigir o fim das duas ofensivas e a proteção das vidas civis. Não sendo vinculativas, essas resoluções, aprovadas por maiorias expressivas, tomaram o pulso ao sentimento do mundo relativamente a essas crises.
No entanto, no Conselho de Segurança — composto por 15 membros, cinco dos quais permanentes e artilhados com o poder de vetar decisões —, nem a Federação Russa nem Israel foram sequer condenados numa qualquer resolução.
Para o cidadão comum, que projeta na mais universal das organizações todo o poder necessário para resolver as charadas mais complexas das relações internacionais, a incapacidade da organização travar os dois países agressores torna-a irrelevante.
“Na realidade, o que está a ser posto em causa é o papel político das Nações Unidas. Esse papel deveria ser o mais importante, na medida em que tem a ver com estabilidade, segurança e paz internacionais. E isso depende muito de como funciona o Conselho de Segurança”, diz Ângelo, que trabalhou 32 anos nas Nações Unidas.
A reforma do Conselho de Segurança é exigência antiga de muitos países, que sentem que decisões da organização ficam reféns da ditadura do veto.
(...) à luz da Carta da ONU, as funções do secretário-geral são muito limitadas.
“Também deveria ser claramente estabelecido na Carta que o secretário-geral tem a possibilidade de criticar ou chamar a atenção de todos os membros do Conselho de Segurança, e que quando essa crítica disser respeito a um membro permanente, este não deve poder usar o veto sobre essa questão” [como aconteceu com Boutros Ghali], acrescenta Victor Ângelo.
expresso.pt/ (pequenos excertos)
As Nações Unidas são demasiado importantes para serem postas nas mãos de tachistas. Emotivistas medíocres, que choram muito mas pensam pouco. Há muita gente com estatura profissional e moral para o cargo. Espero que a próxima pessoa eleita recupere o prestígio da ONU que muita falta faz ao mundo.
80.º aniversário da ONU: “Se as Nações Unidas atravessam uma certa irrelevância, deve-se à incapacidade das grandes potências se entenderem”
Margarida Mota
Nos últimos anos, a fragilidade da organização ficou evidenciada pela turbulência política gerada em torno das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Na Assembleia-Geral — onde estão representados os 193 Estados-membros, cada qual com o mesmo peso nas votações — foram aprovadas resoluções a exigir o fim das duas ofensivas e a proteção das vidas civis. Não sendo vinculativas, essas resoluções, aprovadas por maiorias expressivas, tomaram o pulso ao sentimento do mundo relativamente a essas crises.
No entanto, no Conselho de Segurança — composto por 15 membros, cinco dos quais permanentes e artilhados com o poder de vetar decisões —, nem a Federação Russa nem Israel foram sequer condenados numa qualquer resolução.
Para o cidadão comum, que projeta na mais universal das organizações todo o poder necessário para resolver as charadas mais complexas das relações internacionais, a incapacidade da organização travar os dois países agressores torna-a irrelevante.
“Na realidade, o que está a ser posto em causa é o papel político das Nações Unidas. Esse papel deveria ser o mais importante, na medida em que tem a ver com estabilidade, segurança e paz internacionais. E isso depende muito de como funciona o Conselho de Segurança”, diz Ângelo, que trabalhou 32 anos nas Nações Unidas.
A reforma do Conselho de Segurança é exigência antiga de muitos países, que sentem que decisões da organização ficam reféns da ditadura do veto.
(...) à luz da Carta da ONU, as funções do secretário-geral são muito limitadas.
expresso.pt/ (pequenos excertos)
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