Portugal precisa de imigração — não de um país sem rumo
Tim Vieira
Esta semana, o Parlamento discute alterações à lei da nacionalidade. É um bom momento para refletirmos com seriedade sobre o que significa pertencer a um país. Os meus filhos nasceram em Angola, mas nunca receberam passaportes angolanos. São portugueses e sul-africanos, mas não angolanos. Essa é a lei em Angola — e eu respeito-a. Tal como respeito a lei suíça, onde nascer num país não significa automaticamente ter nacionalidade. A Suíça segue o princípio do jus sanguinis (direito de sangue), e não do jus soli (direito de solo). Isso mostra que a cidadania não é uma formalidade — é um vínculo profundo, com direitos e com deveres.
Mas também por ter vivido essa experiência de forma plena e responsável, aprendi a distinguir o que é uma imigração que enriquece o país — e o que é uma imigração que o fragiliza. E sim — há uma diferença muito clara entre as duas.
De um lado, temos pessoas que saem dos seus países em busca de oportunidades, que trazem consigo talento, vontade de trabalhar, de investir, de contribuir para a economia. Pessoas que se querem integrar, que aprendem a nossa língua, que respeitam a nossa cultura, que abrem empresas, pagam impostos e ajudam Portugal a crescer. Esta imigração é positiva. É necessária. É bem-vinda.
É fundamental que o Estado defina com clareza que tipo de imigração quer para Portugal. Sem essa definição, não há política séria. É preciso legislar e regular de forma justa e eficaz — com critérios objetivos, fiscalização rigorosa e mecanismos de apoio à integração. Só assim protegemos quem chega com vontade de contribuir e evitamos que o país seja instrumentalizado por redes oportunistas, ou por modelos que não servem nem ao imigrante, nem à comunidade.
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