July 08, 2025

Não percebo o funcionamento da máquina da Justiça

 


Liguei agora a TV, para ver notícias sobre o julgamento de Sócrates (li umas sínteses na internet) e dei com o caso da absolvição de um tal Fernando Valente que terá morto uma tal grávida da Murtosa. Pelo que percebi, não há cadáver, não há arma do crime, não há sangue, não há testemunhas do crime nem nenhum indício material da morte da senhora grávida - segundo a juíza nem sequer há certeza de que a grávida esteja morta. O MP tinha uma testemunha que é uma pessoa que faz limpezas e lhe disse que tinha sido contratado para fazer uma limpeza profunda ao suposto local do crime, mas esta testemunha chegou ao tribunal e diz que nunca disse isso. Resultado, o homem saiu em liberdade. Teriam alguma provas indirectas mas muito fracas, como alguém ter visto um Mercedes não sei onde... O que não percebo é: como levam um caso a tribunal com uma prova tão fraca? Com tantos meios, científicos e técnicos que hoje-em-dia existem para investigar, como vão a tribunal quase sem nada? Nem corpo.

Dito isto, do que tenho lido, gabo a paciência da juíza do julgamento de Sócrates. O homem é um espertalhão profissional. Pode ser que a juíza o mande calar ou o acuse de desrespeito ao tribunal porque ele porta-se como o Ventura quando interrompe e manda bocas paralelas. Dez anos é muito tempo para levar alguém a tribunal, mas desses dez anos, pelo menos metade deles são da responsabilidade do próprio e dos seus 600 recursos de empatar.


No comments:

Post a Comment