E um dos resultados está bem claro num estudo do EDULOG (grupo de reflexão para a Educação da Fundação Belmiro de Azevedo) conhecido ontem: mais de metade dos professores têm idade superior a 50 anos. E, acrescento eu, uma parte importante dos docentes também concordam que a forma de ensinar e de estar nas salas de aula tem de mudar e adaptar-se ao novo mundo tecnológico em que os jovens alunos vivem.
(...)
Portanto, é necessário investimento em profissionais qualificados, mudar os métodos de ensino — com aposta forte na digitalização — e adaptar toda a realidade escolar às mudanças na sociedade.
São desafios enormes, sobretudo para tentar mudar a imagem dada, por exemplo, no Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (PISA), em que se registou uma queda nos resultados a Matemática, leitura e Ciências.
Esperemos que todos os envolvidos estejam a remar para o mesmo lado.
Editor executivo do Diário de Notícias in dn.pt/opiniao
Portanto, é necessário investimento em profissionais qualificados, mudar os métodos de ensino — com aposta forte na digitalização — e adaptar toda a realidade escolar às mudanças na sociedade.
São desafios enormes, sobretudo para tentar mudar a imagem dada, por exemplo, no Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (PISA), em que se registou uma queda nos resultados a Matemática, leitura e Ciências.
Esperemos que todos os envolvidos estejam a remar para o mesmo lado.
Editor executivo do Diário de Notícias in dn.pt/opiniao
***
Na minha escola os exames digitais correram bem. Quem esteve a vigiar os exames? Os professores com mais de 50 anos. E os professores que estava a apoiar os alunos nos problemas técnicos informáticos? Todos com mais de 50 anos.
Se perguntarem a um EE quem é quer como professor dos filhos, se um professor jovem ou um professor com mais de 50 anos todos escolhem o professor com mais de 50 anos. Porquê? Porque no ensino básico, a maioria do tempo de aula é passada a gerir comportamentos (grande parte deles ligados com o uso de telemóveis), porque hoje-em-dia os pais educam os filhos para não pensarem e porem as aplicações dos telemóveis a pensar por si, para não fazerem algum esforço individual, para dependerem de recompensas imediatas externas e para não terem nenhum respeito pelo conhecimento; no secundário, os professores com mais de 50 anos têm muita experiência de preparar alunos, perceber as maiores dificuldades, ajustar os planos às dificuldades, etc.
A questão dos professores com mais de 50 anos prende-se com o facto de estarem mais perto da reforma e não haver professores novos para os substituir. Já agora esses professores mais velhos estão com horários sobrecarregados para lá do limite, para minimizar a falta dramática de professores - de cada vez que vejo um colega reformado, poucos meses depois de se ter reformado, parece ter rejuvenescido 20 anos.
Faltam professores novos na escola e essa mistura de uns e outros é necessária e saudável. Este artigos destas pessoas que sabem nada da educação escolar passam o tempo a opor professores mais novos e professores mais velhos (como se pro professores uns contra outros beneficiasse os alunos), mas o que vemos na escola é cooperação entre ambos. Os mais novos trazem novas ideias e os mais velhos trazem conhecimentos de experiência e os alunos precisam de ambos.
As aulas cada vez mais digitalizadas é um slogan de ignorantes que não sabem nem querem informar-se sobre o que é o desenvolvimento psico-cognitivo das crianças e adolescentes e das suas necessidades. Se perguntássemos a este editor de jornais qual é a diferença entre métodos e técnicas, provavelmente não saberia ou pensaria serem a mesma coisa.
Na verdade, as escolas dos países que costumam ir à frente na educação e nos testes internacionais, já há uns anos que reverteram a digitalização das aulas nestes níveis de ensino pré-universitários, justamente porque os malefícios em termos de desenvolvimento psicológico e mental são muito superiores aos benefícios, nestas idades em que as crianças e os adolescentes precisam de desenvolver processos mentais de raciocínio e de processamento de pensamento e não de dispositivos e aplicações que os substituam e deixem psicológica e intelectualmente sub-desenvolvidos e dispensáveis.
Porém este ignorante em assuntos de educação, que é editor executivo de um jornal nacional, vem repetir slogans de empresas que têm interesses particulares. Imagino que, se for perguntar à Samsung como deve ser o ensino, eles respondam, com o telemóvel da sua marca e se for perguntar a Musk e companhia, com a OpenAI. Etc. A opinião de empresas é sempre no sentido de instrumentalizar a educação para formar 'escravos' amestrados nos seus interesses de negócio e que este editor de um jornal nacional não perceba isso, diz muito da superficialidade do jornalismo actual.
Este ignorante em assuntos de educação, que recebe dinheiro para ocupar espaço no jornal diz que é preciso tentar mudar a imagem dada, por exemplo, no Programa Internacional de Avaliação dos Alunos (PISA), Para nós todos que nos preocupamos com a educação, a questão não é de imagem, mas de realidade. Não queremos alunos que pareçam saber, queremos alunos que sabem.
" nos jornais a falar do que não se sabe". Nos blogues é pior.
ReplyDeleteTrolls no meu bloguezinho...
Delete"... a questão não é de imagem, mas de realidade. Não queremos alunos que pareçam saber, queremos alunos que sabem."
ReplyDelete*
Poderia ter começado e acabado com estas duas singelas afirmações. São mais do que suficientes para destruir o saco de vento que é a prosa que comentou.
A mediocridade do jornalismo tem muita influência no estado em que se encontram os serviços públicos. Publicam opiniões a favor de interesses económicos e políticos e o problema é que influenciam as pessoas. E o deslumbramento bacoco que têm com a tecnologia... ficam embasbacados, como se fosse a segunda vinda do Cristo.
Delete"A mediocridade do jornalismo tem muita influência no estado em que se encontram os serviços públicos."
ReplyDeleteÉ verdade. O que ainda nos vale são os blogues.
lol, mas você passa o tempo aqui...
Delete