May 23, 2025

Um estudo-alfaiate (encomendado?) defende que se roube outra vez os professores a quem já roubaram mais 9 anos de trabalho




Este estudo-alfaiate é do Centro de Conhecimento para a Área de Políticas Públicas da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian. Aqui estão duas entidades de que temos de passar a desconfiar, dado este pseudo-estudo ser uma gritante manipulação ideológica com fins políticos, na senda daquelas que durante o governo Costa (que pôs a profissão no deserto em que está), costumava publicar. A Gulbenkian, como sabemos, tem muita gente que veio do ME. é agora um dos eldorados dos governantes desse ministério...

Este pseudo-estudo é um óptimo exemplo de ideologia a aparecer como (pseudo)ciência e é por causa deste constante mau uso (ou abuso) dos termos, 'especialista', 'estudo' e nome de instituições de prestígio que cada vez mais se despreza a opinião da ciência e dos pseudo-especialistas que aparecem nos jornais: é porque está infestada de pseudo-ciência que se curva à ordens do poder político - de onde tirará benefícios, naturalmente.

Então, este 'estudo', faz as contas de custos dos salários dos professores para daqui a 55 anos como se esse dinheiro de 55 anos representasse os custos actuais.

Há 55 anos, em 1975, um professor do secundário da categoria mais alta ganhava 7,000$00 escudos; para comparação, um professor do ensino superior ganhava 16,675$00 (assets.pubpub.org) Ora, 7 000$00 são 34€ em moeda actual... Qual é o sentido de se fazer contas a 55 anos? Uma coisa mesmo capciosa... Dar a ideia de que pagarem o que nos roubaram está a custar agora 11,5 mil milhões de euros. Manipulação...

O novo governo ainda não tomou posse mas já está a manipular os jornais contra nós? É que esta foi a estratégia de António Costa e João Costa... Teve óptimos resultados... veja-se onde foi parar o PS. 

Deixem-me explicar melhor: a razão de se recuperar o tempo de serviço dos professores -o termo operativo aqui é 'recuperar'- é porque ele foi roubado, ilegalmente (contra a lei vigente). Todas as carreiras da FP tiveram algum congelamento temporário. Porém, só os professores tiveram mais de 9 anos de congelamento e só aos professores foi negada a devolução total dos anos de carreira subtraída. Portanto, os governos lutaram para que se discriminassem os professores. Aliás, com muito artigos cheios de mentiras de pseudo-especialistas e pseudo-estudos com pseudo-contas sobre os custos horríveis de se insistir em não se prejudicar professores.

Ora o que se faz aos bens roubados? Recuperam-se e devolvem-se aos proprietários, que neste caso são os professores a quem roubaram 9 anos de trabalho.

Porém, este estudo defende que em vez de se gastar dinheiro em novos professores, se volte a roubar os mesmos a quem já se tinham roubado mais de 9 anos: porque é que em vez de se devolver o roubado não se agarra no que foi roubado e se distribui por outros? 

Deixem-me explicar mais claramente: suponhamos que o governo vem a minha casa e leva o meu dinheiro porque precisa e promete devolvê-lo. Na altura de o devolver, resolve antes distribuí-lo pelos outros moradores aqui do prédio com o argumento que é melhor para o governo que os outros fiquem contentes.

 A minha resposta a esta calhandrice, é: devolve-se o que foi  roubado a quem foi roubado porque os professores a quem roubaram 9 anos de trabalho não são lixo para serem outra vez roubados. 

E alegam que é mais equitativo que os professores que vão entrar na carreira ganham o mesmo que os que já tem 30 ou 40 anos de serviço. Isso não é equidade, isso é acabar com a carreira. É dizer aos que entram, que espera-os uma situação em que dali a 30 ou 40 anos estarão a ganhar o mesmo. Quem é que quer uma situação dessas numa carreira horizontal, sem nenhuma evolução?

Espero francamente que este governo não entre na estratégia de A. Costa e J. Costa que deu os resultados onde chegámos. Talvez não tenha ainda percebido que ganhou estas eleições muito à custa deste ministro da educação e, com ele, do voto dos professores.

Esta é uma ideia/medida que podia ter sido decidida pela Lurdes Rodrigues e que podemos traduzir assim: como roubar uns professores e pô-los todos uns contra os outros com roubos e injustiças a grupos escolhidos a dedo, para podermos depois prejudicá-los a todos por atacado? Foram estas políticas que nos trouxeram aqui onde estamos. 

O Governo de António Costa apenas tinha admitido a contabilização de dois anos e 10 meses, argumentando que essa devolução parcial permitia “mitigar os efeitos dos sete anos de congelamento? Em primeiro lugar foram 9 os anos de congelamento e em segundo lugar António Costa é um mentiroso encartado, como todos sabemos, de maneira que o que ele diz vale zero.

A minha questão é: quem está a manipular os meios de comunicação social com pseudo-estudos para recuperar as mentiras do governo de Costa e prejudicar os professores? E é com essa estratégia que vão atrair profissionais para a educação: 'venham ser professores que prometemos roubar outra vez o dinheiro aos mesmo de sempre e distribuir por vós?'

Não aprendem nada, nem mesmo com o Chega a ter estes níveis de votação. Queixam-se de não se acreditar nos políticos, nos jornais, nos especialistas, na ciência e de em vez disso acreditar-se em populistas e demagogos como o Ventura. Porque será...? Talvez porque as instituições estão inundadas de Venturas ideológicos camuflados de especialistas às ordens do poder político, esses paradigmas de seriedade e ética profissional... 


Devolução do tempo de serviço aos professores custa €11,5 mil milhões até 2077


Com esse valor de despesa seria possível “aumentar os salários de todos os professores a partir de 2025 em €2359 anuais”.

Recorde-se que o Orçamento do Estado para 2011 aprovou um congelamento das carreiras da Administração Pública que se manteve até 2017. Depois de um braço de ferro com os Governos do PS, a 21 de maio de 2024 o executivo de Luís Montenegro chegou a acordo com os sindicatos para a recuperação total do último período de congelamento das carreiras dos professores. O Governo de António Costa apenas tinha admitido a contabilização de dois anos e 10 meses, argumentando que essa devolução parcial permitia “mitigar os efeitos dos sete anos de congelamento, sem comprometer a sustentabilidade orçamental”.

Uma medida alternativa de aumento transversal “poderia tornar a carreira mais atrativa para as gerações futuras, resolvendo de forma sustentável o problema da falta de docentes”. Melhores salários, recorda, permitem recrutar mais professores e aumentar a probabilidade de reter os atuais.

Expresso

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