Bruxelas diz que, durante este ano, “se projecta que a despesa corrente continue a crescer devido a medidas orçamentais que aumentam os salários da função pública e as pensões”, ao mesmo tempo que “o crescimento das receitas do Estado deverá desacelerar”. E para 2026, destaca “o impacto de medidas de política orçamental como a redução do imposto sobre o lucro das empresas e o investimento público financiado pelos empréstimos do PRR”. (Público)
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Para onde nunca olham é para as dezenas e centenas de milhões que os governos desperdiçam, literalmente para o lixo. Chega muito dinheiro de Bruxelas. Tanto, que os nosso governantes, escolhidos por amizade partidária, não sabem o que lhe fazer e dão a grupos, completamente à toa e na esperança de que façam qualquer coisa com ele, ou subsidiam negócios de amigos ou deixam que o gastem como se fosse dinheiro de casino.
Essas contas raramente são feitas porque dá trabalho. Sabemos as da banca porque têm comido tanto dinheiro (na ordem das dezenas de milhares de milhões) para viverem à pala e financiarem empresas de amigos de quem querem favores que é impossível passarem despercebidos. De resto pouco sabemos. De vez em quando vem algo a público como termos gasto milhões em barcos e ninguém saber que eram precisas baterias para carregá-los.
Por exemplo, este fim-de-semana, uma pessoa que está dentro contou-me que na marinha, cada novo chefe que chega quer um barco. Isto veio a propósito de perguntar-lhe porque é que, com tanto território marítimo, não temos barcos de investigação do fundo do mar ou parcerias com outros países para isso? A pessoa respondeu-me que cada chefe que chega quer um barco. O barco tem de ser maior que o do anterior. Cada barco tem a sua tripulação, etc. Depois quando o têm não fazem nada com ele. Contou-me o caso de um chefe que queria um barco desses de investigação do fundo marítimo. Em vez de comprar um novo, comprou um barco de pesca velho e mandou-o remodelar completamente, equipar com a última tecnologia, etc. Gastou muitos milhões nisto. Como o barco é antigo não pode ter outro tipo de motor e o que tem não serve para o equipamento e transformações que lhe fizeram. Como lhe tiraram, na remodelação, todo o equipamento de pesca, nem para a pesca agra serve. Resultado: o barco com equipamento de última moda está parado e vai ser abatido ou fundeado. Quantos milhões se afundam ali de cada vez que um chefe quer um barco maior e mais equipado que o vizinho?
Há uns tempos uma oura pessoa contou-me que a sua empresa (uma dessas startups) recebeu do Estado 80 milhões de euros, assim do nada, sem um estudo, sem uma contrapartida, sem um projecto... só porque tinham aparecido naqueles locais em que se fala de empresas que emergem. 'Tomem lá e vejam se o aplicam bem.' A empresa ficou tão inundada de dinheiro que deixaram de preocupar-se em poupar custos. Era tudo à grande. Mudaram logo todos de carro e só chegavam ao trabalho às 11h da manhã. Sei de casos semelhantes mas que receberam, não 80 milhões mas 500 milhões.
O dinheiro assim desperdiçado é o pão-nosso de cada dia, mas esses desperdícios não aparecem já somados em grossas colunas nas folhas que chegam a Bruxelas e, somar todos estes autênticos rombos nos dinheiro públicos -que raramente têm retorno para a nossa economia- implicava outro tipo de contabilidade, mas Bruxelas é preguiçosa e os nosso governos ainda mais e, então, manda recado que é preciso cortar nos serviços públicos e destruir a educação, a saúde, etc.
E o que fazem os nosso governos? Compactuam porque são um grupo de incompetentes encartados. Mandam que alguém numa universidade de prestígio faça um estudo a dizer que o país vai ser destruído por causa dos professores ou dos médicos ou dos enfermeiros ou das pessoas que trabalham nos serviços públicos para terem um pretexto de fazerem o mais fácil - porque é mais fácil destruir profissões inteiras e cortar a eito nos serviços estruturais que prestam ao país do que pôr ordem nos seus ministros, secretários de Estado, adjuntos, chefes de gabinete, CEOs da banca e de empresas públicas e também nos pedidos dos amigos que têm aquela empresa que queria muito um contrato com o Estado de 60 ou 80 milhões.
80 milhões + 60 milhões +100 milhões + 20 milhões + 500 milhões + 5 barcos fundeados +.... são biliões de desperdício, invisíveis nas colunas que chegam a Bruxelas.
E é assim que se tem prejudicado o país: com desperdício de dinheiro, incompetência, corrupção e contas manhosas que os serviços básicos da educação e outros pagam. Bruxelas compactua. Quem se admira que os votos do Chega cresçam, que ninguém acredite no que dizem os governantes, que ninguém acredite no que dizem os jornais e nos argumentos de autoridade de universidades de (cada vez menos)prestígio?
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