Fui dar com este texto de uma tal Sofia Afonso Ferreira, no X. Depois de ler o texto, gostava de saber:
- O BE anda a falsificar documentos para prestar apoio ilegal a imigrantes ilegais? Andam a pôr imigrantes islamitas e brasileiros criminosos de gangues no país de modo ilegal?
Será que este partido, como não elegeu quase nenhum deputado, pô-los por aí em revistas e jornais a trabalhar na sombra?
De resto, a falta de educação de deputados nas redes sociais, equivalente à de Ventura, de que se queixam no Parlamento, é uma lástima.
*****************Sofia Afonso Ferreira
@sofiafonsoferre
https://sabado.pt/portugal/detalhe/sede-do-be-e-a-sede-fiscal-de-duas-empresas-de-apoio-ilegal-a-imigracao-nao
"Vamos lá ver se percebeste bem: todos os edifícios deste beco são Rua da Palma 268. Mas só um é a sede do bloco. Dá para serem sérios só de vez em quando ou esse barco já partiu? É que ainda há diferença entre burrice e desonestidade",
eu repliquei "Joana, o que é que pesou mais, a sua burrice ou a desonestidade, quando não viu no logradouro do palácio do seu partido um negócio ilegal de milhares de imigrantes?".
Ora o jornalista só acrescentou a primeira parte do comentário da deputada, mas optou por publicar o meu integralmente, dando a entender que o tom agressivo e rude teria sido da minha parte quando as palavras foram proferidas em primeiro lugar pela deputada, e arrematou o caso com uma opinião pessoal “Sofia Afonso Ferreira mordeu o isco”.
Mas mais grave foi o atropelamento deontológico que ocorreu neste artigo. À pergunta do jornalista se teria conhecimento de uma condenação em tribunal que comprovasse, ou se tinha provas concretas de auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos, pedi que essa parte da conversa não fosse reproduzida por a minha resposta evocar conversas informais com pessoas que trabalham na zona em causa e também por, enquanto cidadã, compreender que não me compete debater ou denunciar casos de natureza criminal, mas apenas expor os mesmos baseando-me em informação pública e verificável, deixando tarefa de denúncia e investigação criminal a quem compete e terá legitimidade para o fazer.
O jornalista decidiu não respeitar o pedido e publicou: "O que me disseram é que este caso está a ser seguido na Polícia Judiciária, mas é informação que não confirmei. E não me interessa confirmar", acrescenta Sofia Afonso Ferreira, dizendo que a conclusão "é óbvia, basta seguir o rasto".
Não só cortando o que eu afirmei pelo meio como alterando completamente o sentido de tudo o que transmiti. Os meus textos publicados na rede X visavam duas questões específicas – pedir publicamente esclarecimentos ao Bloco de Esquerda pelo facto de cerca de vinte empresas instaladas uma loja situada no pátio da sua sede nunca terem levantado suspeitas de praticar ilegalidades e qual o motivo de duas das empresas, as únicas entre vinte que têm a morada fiscal na Rua do Benformoso nº151H, usarem a morada da sede do partido. No entanto, o artigo optou por apenas focar na última questão.
Para arrematar, coloco algumas questões à Sábado – se foi para publicar um tweet público e usar uma frase retirada do contexto e que não foi autorizada a ser reproduzida, e se todas as informações que dei referentes ao ninho de empresas situado no pátio do partido em resposta às perguntas específicas do jornalista foram ignoradas, qual o motivo da revista me contactar?
Se o objectivo era confirmar se a morada fiscal era ou não a mesma, qual o motivo de ter pedido esclarecimentos a mim e ao partido mas não ter contactado as duas empresas em questão?
Concluindo, no artigo da Sábado, o jornalista confirma cabalmente que eu tinha razão, mas no título afirma que não, seleciona trechos de comentários e declarações não autorizadas para desacreditar o meu trabalho mas depois deixa em paz o elefante em chamas na sala. Depois de ter sido 12 vezes mencionada neste texto, esperemos que não surja outro artigo no futuro que use o meu trabalho, que partilhei parte na conversa por telefone, sem mencionar o meu nome uma única vez. De resto, esclareço que não é a minha pretensão ensinar aos jornalistas como realizar o seu trabalho. É o código deontológico que cumpre esse papel. Com os melhores cumprimentos,
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