Muito bom. O filme é uma biografia musical de quando Zimmerman se tornou Bob Dylan - mas é muito mais que isso. O filme apanha os anos entre 1961 e 1965 na cultura americana. Bon Dylan vem lá do Minnesota para Nova Iorque para expandir-se musical e culturalmente. Vem da música folk mas já com um twist muito pessoal e é apanhado no movimento de Pete Seeger de querer que a música folk se expanda a nível nacional e influencie as mudanças políticas e sociais que desejam para os EUA.
Apanha-se no filme uma NY efervescente de bares e casas onde as pessoas se reunem para ouvir blues, jazz, folk e, mais que ouvir música, para fazerem parte do movimento cultural eclético e rico que então enchia a cidade.
Bob Dylan rapidamente se torna uma espécie de messias no imaginário de todos os grupos culturais que querem mudanças. Todos vêem nele o motor das mudanças. Todos querem que ele encarne uma utopia qualquer. Acontece que ele não se deixa rotular e está, ele mesmo, em mudança, não só enquanto pessoa mas enquanto músico e em 1965, no famoso festival de Newport, aparece com uma banda a tocar guitarra eléctrica e desilude todos quanto tinham posto nele a esperança da mudança. Como diz um seu amigo no filme, 'a música não muda nada. Mataram o Kennedy e depois o Martin Luther King. Não mudamos nada'.
O filme apanha esses anos de grande caldeirada social e musical e o optimismo de esperança de uma sociedade nova que, como sabemos, nunca aconteceu e veio a desembocar nos movimentos inócuos dos hippies, que por sua vez desembocaram no nihilismo pragmático dos yuppies.
Muito bom. O actor que representa Pete Seeger tem um desempenho notável que dá o tom da atmosfera de esperança que então se vivia.
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