A morte do mundo que a América criou
A guerra de Donald Trump contra o multilateralismo é mal orientada e perigosa.
No final, a crítica da administração Trump ao multilateralismo resume-se a três queixas principais: as organizações e os tratados internacionais infringem a soberania americana, restringem indevidamente a liberdade de ação dos EUA e simplesmente custam demasiado caro. Nenhuma delas é convincente. Em primeiro lugar, a decisão voluntária de aderir a uma organização internacional ou de se tornar parte de um tratado, tomada de forma consistente com a Constituição, não é uma violação, mas de facto um exercício da soberania dos EUA. Em segundo lugar, todas as partes que aderem a tratados e organizações internacionais aceitam obrigações recíprocas, renunciando a algumas opções para obter os benefícios da previsibilidade e do esforço coletivo. Este é, de facto, o objetivo do multilateralismo. Isto não significa que todos os tratados e organismos multilaterais mereçam o apoio dos EUA, mas é inevitável alguma liberdade de ação reduzida.
Em terceiro lugar, os custos das organizações e tratados internacionais não são onerosos. Em 2022, o apoio total dos EUA à ONU ascendeu a 18 mil milhões de dólares. Isto equivale a 2% dos 820 mil milhões de dólares que os Estados Unidos gastam anualmente nas suas forças armadas - e cerca de metade do que os americanos gastam todos os anos em gelados. Além de apoiar os orçamentos regulares e de manutenção da paz da ONU, o financiamento dos EUA vai para dezenas de agências e programas, desde a Agência Internacional de Energia Atómica à Organização para a Alimentação e a Agricultura e ao Fundo das Nações Unidas para a Infância.
https://carnegieendowment.org/emissary/ (excerto)
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