Precisamos de pessoas capazes de encontrar soluções e não de pessoas que pensam por clichês

 

O federalismo europeu de Trump


Henrique Burnay

Um dos grandes argumentos dos defensores europeus, e dos que dizem que compreendem as posições políticas, de Donald Trump é que a Europa é a grande responsável pela sua própria situação. A Europa, criticam, depende demasiado da América e é pouco como a América. Pelo que defendem uma Europa mais forte economicamente, mais capaz em termos de segurança e mais afirmativa. E, portanto, inevitavelmente mais federal e mais autónoma dos Estados Unidos. Exactamente o contrário do que os atlantistas tradicionais defendem. E muito parecido com o que os federalistas e os anti-americanos do continente costumam defender. Não é tão estranho quanto parece. (Expresso)

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Quem é que, defendendo uma Europa menos dependente, mais autónoma, defende que quer a Europa como a América? Ainda hoje a primeira-ministra dinamarquesa dizia que a Europa tem de tomar conta do seu próprio destino. Não consta que queira uma Europa americanizada ou, sequer, federada. Em Davos, também Zelensky disse o mesmo relativamente à energia: a Europa não deve depender de uma só fonte porque isso a deixa vulnerável. Os países bálticos, há muito que o dizem. Desde quando querer resguardar a sua autonomia é ser federalista ou anti-federalista, ou imitador da América...? Onde é que este indivíduo foi buscar estes dados? Qual é a sua fonte? As pessoas na Europa querem defender o modo de vida europeu e não o americano. Estamos numa situação de crise na Europa e precisamos de pessoas capazes de encontrar soluções e não de pessoas que pensam por clichês.