Paira sobre o tema uma certa confusão, que pode ser resumida nisto: precisamos de mais imigrantes, não queremos mais imigrantes
Clara Ferreira Alves
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Portanto, mais uma vez, sim, precisamos de imigrantes, mas não queremos ter aqui um problema de afeganização da sociedade que já se vê noutros países.
É claro que ninguém gosta de ser encostado a uma parede e revistado, sobretudo em público. Porém, acontece que há bairros em Lisboa (e não só) onde as pessoas já não saem a partir de certas horas, onde as raparigas e mulheres não se vêem nas ruas. Também soubemos há pouco tempo que o gangue mais perigoso do Brasil tem cá dezenas de milhar de membros. Estamos a falar de assassinos e raptores.
Infelizmente os últimos governos hostilizaram e estragaram os serviços públicos e entre eles as polícias e os serviços de fronteiras. Não temos polícia de fronteiras nem presença policial constante nas ruas, nesses bairros mais problemáticos. Não temos controlo de fronteiras e deixamos entrar toda a gente de qualquer maneira. Não temos serviços que façam uma triagem de quem queremos deixar entrar e em que condições e quem não queremos cá. Aos que queremos cá, não fazemos nada pela sua integração positiva e valorização. É a total rebaldaria.
Portanto, enquanto não temos um verdadeiro serviço de polícia vocacionada para estes problemas e um serviço de estrangeiros eficaz, vamos ter que continuar a fazer rusgas e operações destas. Aos políticos e opinadores que falam mal mas andam há anos pelos corredores do poder, directa ou indirectamente sem nada contribuir para a solução dos problemas, aconselha-se a que vão viver para esses bairros, ponham lá os seus filhos a estudar nas escolas desses bairros e depois então venham falar.
Uma coisa é defender os direitos humanos, defender políticas que não transformem as comunidades de imigrantes em guetos e defender a integração positiva dos imigrantes -é o que todos queremos-, outra muito diferente é defender que tenhamos as portas escancaradas a qualquer imigração de qualquer maneira e sem nenhum controlo - é o que querem os hipócritas.
É fácil ser hipócrita e fazer-se de parvo quando se está defendido e com as costas quentes, longe dos problemas, longe desses bairros e da sua insegurança. São os Rui Tavares do rectângulo: têm os filhos a estudar em escolas privadas enquanto defendem a coitadinhização dos pobrezinhos nas escolas públicas.
Jamais consegui concordar com a política de entrada livre e sem controle. Por várias razões e não apenas essa, que, diga-se, é bastante pesada para o país que os recebe.
ReplyDeleteClaro. Estamos a querer arranjar problemas que depois não conseguimos controlar porque não temos o dinheiro da Suécia ou da Inglaterra?
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