December 11, 2024

Síria: Vingança popular em vez de justiça

 


Este vídeo mal titulado -Hama é uma região da Síria e não tem nada a ver com o grupo islamita terrorista Hamas- é horrível de ver. É sobre Talal Dakkak, uma figura sombriamente famosa -que não conhecia- enquanto torturador, carrasco e assassino de sírios prisioneiros. Diz-se que dava prisioneiros a comer aos leões que criava. Num destes vídeos vê-se ele a assistir a um dos seus leões matar um cavalo que aprisionou para ser estripado pelo leão. Horrível.

A questão é que o indivíduo foi arrastado e executado -linchado- na praça pública. Isto tem estado a acontecer na Síria com os carrascos da famosa prisão que aparece nas notícias. 

Os sírios não aprenderam nada com as atrocidades de Assad e preparam-se para uma matança vingativa num reverso da medalha. Que Estado pode sair daqui?

O novo primeiro ministro nomeado provisoriamente, um jihadista, está a fazer uma operação de charme igualzinha à dos talibãs quando tomaram o poder deixado vazio pela saída completamente irresponsável dos EUA do Afeganistão. Mudou de nome e fala em pluralismo e liberdade: 

“Precisamente por sermos islâmicos, garantiremos os direitos de todas as pessoas e de todas as seitas na Síria”, disse Mohammad al-Bashi

Já se declaram-se como um Estado islâmico. A minha questão é: mostrem-me um único Estado islâmico, um só, onde os direitos das pessoas foram respeitados, onde as mulheres são cidadãs de pleno direito, onde haja pluralismo político e, em geral, se vive melhor, com liberdade de opinião, de construir num projecto de vida, de ter um religião diferente da oficial ou, nenhuma religião.


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