O anúncio público da passada semana relativo ao cumprimento (antecipado) do objetivo do Ministério da Educação, e que foi manchete de um semanário, trouxe à luz da atualidade o problema da escassez de professores. A ganhar densidade ano após ano, qual vírus implacável, prevê-se a contaminação ao resto do país, em breve a viver (mais) uma pandemia à qual as escolas do Centro e Norte não estão imunes, bem como o ensino privado.
Divergentes nos critérios utilizados, e na respetiva quantificação, as discussões (apaixonadas) estão intensas, assistindo-se a uma guerra de números que não interessa às escolas. Estas anseiam pela celebração de um acordo entre o Ministério e os sindicatos representativos dos assistentes técnicos e operacionais (e também técnicos especializados), por mais professores de Educação Especial, pela realização de obras no edificado escolar, pela revisão do estatuto da carreira docente e a atualização do Estatuto do Aluno e Ética Escolar, entre outros constrangimentos que em nada valorizam e dignificam a escola pública.
Filinto Lima in JN
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O ME vir anunciar que resolveu o problema da falta de professores e dos alunos sem aulas em 90% dos casos, dá a impressão que afinal a falta de professores é um falso problema que se resolve bem, quando é o oposto e é um problema que vai agravar-se com consequências muito negativas para o futuro da nossa educação pública e, por consequência, também do país. Por outro lado, o ME manipular os números para parecer que fez um brilharete, não o tendo feito, parece-me um mau indicador no que respeita à competência para resolver problemas e à intenção de pôr a educação ao serviço das estatísticas de sucesso - nisso de aldrabar, o seu antecessor era catedrático e o resultado foi este de não haver professores nem pessoas que queiram a profissão e de os alunos piorarem nos testes internacionais. Portanto, sim, o esclarecimento dos números desta «guerra», como lhe chama Filinto Lima, importa muito.
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