November 10, 2024

A linguagem dos alunos está a mudar



Estou a classificar e corrigir os testes do tema da Estética. Uma das tarefas do teste consistia em fazer uma apreciação estética de uma das obras que levei nesse dia -levei fotografia de obras de arte- seguindo certos critérios que trabalhámos em aula. Alguns escolheram imagens de paisagens de Bierstadt e outros do género. Descrevem as paisagens com nostalgia do que nunca tiveram. Há quem diga que são uma espécie de paraíso porque ainda não foram estragadas pelas pessoas; há quem diga que os animais que se vêm têm amizade entre si, porque dois já se hidrataram e esperam pacientemente pelo terceiro que está a hidratar-se (esta expressão estranhamente usada neste contexto já é sinal da promoção da saúde do mundo contemporâneo); outra, a comentar uma paisagem campestre idílica onde se vê um pastor a guardar três vacas, diz que aquela pessoa que olha o horizonte de paz deve ser o proprietário dos animais e que isto se passa num tempo em que a natureza não estava toda poluída e as pessoas davam valor ao que tinham e não queriam mais e mais; uma rapariga diz que gostava de ter visto a natureza assim e que ainda vamos a tempo de parar os estragos. Estas observações são uma tendência que se nota no discurso dos alunos.


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