October 21, 2024

Diz-me com quem andas...

 


(estão há seis meses no poder: já começou a socratização?)


Este espaço não chega para descrever todos os casos em que o nome de Rodrigo Gonçalves esteve envolvido ao longo dos anos. Aconselho a leitura do artigo do PÚBLICO “Rodrigo Gonçalves, um dirigente do PSD poderoso e polémico”, e permito-me citar o jornalista Vítor Matos, que em 2022 escreveu sobre ele no Expresso: “Rodrigo Gonçalves é um dos caciques mais poderosos de Lisboa: controla centenas de votos há anos e até usava a sua carrinha pessoal para transportar militantes em dia de eleições internas; já foi condenado por agressão a autarca idoso do PSD; demitiu-se de consultor da liderança de Rui Rio depois de uma investigação jornalística que o ligava à criação de perfis falsos nas redes sociais; tinha contratos com uma rede de empresas de amigos e militantes que migraram da Junta de Freguesia de Benfica, presidida por si, para a Junta das Avenidas Novas, liderada por Daniel Gonçalves, o seu pai, o que levou ao afastamento de ambos nas autárquicas de 2017.”

O Observador atribuiu ao regressado Rodrigo Gonçalves o prémio “Sempre em Pé”. Já eu pergunto: que prémio merece receber Luís Montenegro por fazer tanta questão de se rodear de um conselheiro deste calibre?

(...)

Bugalho era jornalista e em 2019 foi candidato (não eleito) pelo CDS. Em 2020 regressou ao jornalismo. Em 2021 reflectiu 48 horas e recusou assumir o lugar que se abrira para deputado do CDS. Em 2023 considerou a passagem pela política “um enorme disparate” e uma “porta fechada”. Em 2024 foi cabeça de lista independente pela AD às eleições europeias. Há três meses disse à Rádio Observador que “não faria grande sentido, depois de os portugueses elegerem um independente, esse independente transformar-se num militante”. E há três dias o independente que não queria ser militante, e que há três anos estava a reflectir se haveria de ser deputado do CDS, passa a ser militante do PSD. Um partido é como uma Igreja: não interessa por onde andou a ovelha tresmalhada desde que encontre o caminho para o redil.

João Miguel Tavares in .publico.pt/

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