September 28, 2024

Porque é que os jornais estão em vias de extinção? Porque os jornalistas são medíocres...




O DN, em vez de apresentar a notícia no seu enquadramento de maneira a cumprir uma função de discussão da indisciplina nas escolas e das suas eventuais soluções, por exemplo, entendeu ser mais importante chamar fascista a Meloni. Estes mesmos jornalistas são capazes de ter muitos artigos a criticar o populismo, que eles mesmo praticam, à discrição.

O problema da indisciplina nas escolas é grave e acontece nos dias de hoje uma grande contradição: por um lado a disciplina de cidadania é obrigatória, fala-se muito no comportamento, na empatia, etc., mas por outro lado, pratica-se uma educação em que os alunos têm todos os direitos e liberdades, sem nenhuma contrapartida de deveres e responsabilidade. 

Os critérios de avaliação dos alunos não levam em conta o comportamento e 90% ou mais da nota é o resultado da média ponderada de testes e trabalhos. Um aluno pode bater nos colegas, ser agressivo para o professor, perturbar todas as aulas e ter 8 negativas que passa o ano por ordem do ME. Um aluno pode faltar a todas as aulas menos às dos testes e se tiver boa nota nos testes passa o ano com boas notas e 500 faltas.

Isto é um absurdo que transforma a educação numa certificação de notas e os professores em certificadores. Meloni está, talvez não da melhor maneira, a tentar recuperar a responsabilidade dos alunos pelo seu comportamento e a autoridade dos professores, sem a qual não há educação. Tenho a certeza que os professores portugueses aplaudiriam uma medida que introduzisse multas entre os 500 e os 10 mil euros para actos de agressão ou violência contra o pessoal escolar.

Portanto, o DN podia ter apresentado a notícia de um modo que fomentasse a compreensão e a discussão do problema da indisciplina nas escolas e da sua gravidade, mas em vez disso prefere o populismo de dar a entender que os comportamentos agressivos e de desrespeito são um direito dos alunos e que punir esses comportamentos ou responsabilizar os alunos é fascismo e Meloni é fascista.

Veja-se este vídeo que apareceu há uns dias, gravado (com telemóveis, pois claro) numa sala de aula dos EUA, numa escola pública. A autora deste artigo do DN, muito provavelmente fala sem conhecimento do que é uma turma em sala de aula com comportamentos agressivos, legitimados por políticos, psicólogos da treta, pais e JORNALISTAS MEDÍOCRES e, por isso, é-lhe fácil dizer 'coisas', como a prima do Solnado, se é que me faço entender.

Sim, é um caso extremo, mas até se chegar aqui muita permissividade foi legitimada por gente que sabe zero do que é uma escola ou do que é lidar com adolescentes em escolas da actualidade onde eles sabem que podem fazer qualquer que não chumbam, nem ninguém os responsabiliza por coisa alguma.





Meloni recupera lei do tempo de Mussolini para “trazer de volta o respeito às escolas”


DN

Comportamento pode levar à reprovação de um aluno, mesmo que as notas académicas sejam positivas.

O governo de extrema-direita de Giorgia Meloni viu na quarta-feira o Parlamento italiano aprovar uma lei que dá às escolas o poder de chumbar alunos apenas pelo seu comportamento. Esta legislação é semelhante a um pacote de medidas implementado em 1924 por Benito Mussolini e que foi descartado em meados dos anos 1970 no primeiro e segundo ciclos após protestos estudantis, tendo apenas sido banido há 24 anos.

Como resultado desta nova lei, os alunos do segundo ciclo ao secundário que tenham cinco ou menos numa escala até dez em comportamento reprovam o ano, mesmo se as suas notas académicas forem positivas. Além disso, os alunos do secundário que conseguirem apenas um seis em conduta terão de fazer um exame de educação cívica. As notas de comportamento passarão também a ter um grande peso no acesso aos exames finais do secundário.

“A reforma da notas de conduta restaura a importância da responsabilidade individual, torna central o respeito pelas pessoas e bens e recupera a autoridade dos professores”, explicou à Ansa o ministro da Educação e Mérito, Giuseppe Valditara. A primeira-ministra, Giorgia Meloni, já havia dito que esta nova legislação iria “trazer de volta” o respeito às escolas do país.

A legislação recebeu a aprovação dos professores, numa altura em que se registou um aumento de 110% no número de incidentes com violência contra professores e auxiliares escolares desde o início do ano em comparação com 2023. Neste sentido, foram também introduzidas multas entre os 500 e os 10 mil euros para atos de agressão ou violência contra o pessoal escolar.


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