Este artigo é interessante e tem, no geral, boas recomendações. Não concordo com estes dois conselhos aqui citados.
O 1º porque os malefícios da desinformação e do baixo nível do discurso e dos conhecimentos dos grupos de pais no WhatsApp, ultrapassam qualquer benefício que pudesse ter. Ademais, a maioria dos alunos tem acesso ao WhatsApp dos pais, com consequências muito negativas para a relação de confiança que tem de haver entre alunos e professor. A quantidade de turmas que o WhatsApp dos pais estraga com a maledicência e a desinformação passada aos filhos, é maior do que possam supor.
O 2º, porque quem escreve não sabe que o cumprimento do currículo é obrigatório porque os alunos têm exames que cobrem todo o currículo. Se não cumprirmos o programa temos que justificar por escrito a razão e, não havendo razão válida -como ter estado doente, por exemplo, ou ter sido colocado a meio do 1º período ou no 2º período, etc.- pode até ser sujeito a sanções, consoante as circunstâncias.
Geralmente, quando o professor não cumpre o currículo, tem aulas suplementares no fim do ano para o fazer. Claro que este recurso é limitado porque os alunos acabam as aulas a 8 de junho, por exemplo, e começam os exames a 15 de Junho e, imagine-se que eram vários os professores a não cumprirem o currículo. Isso significava que os alunos tivessem 6 horas de aulas por dia, ou mais, após o término das aulas, na semana em que devem estar a preparar-se mentalmente e a fazer revisões para os exames.
Quando o professor não pode cumprir o currículo, por qualquer razão, isso significa que o professor do ano seguinte -que pode não ser o mesmo- vai ter de leccionar a parte do currículo que o colega anterior não cumpriu e depois o seu próprio, o que obriga a excesso de trabalho para conseguir fazê-lo, e excesso de aulas para os alunos ou, na pior das hipóteses, ele próprio não conseguir acabar o programa a turma andar constantemente a aprender matérias atrasadas.
Portanto, não é uma questão que se possa pôr de lado "para se focar nos processo de aprendizagem", como diz a autora do artigo.
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“É importante que os pais estejam atentos aos hábitos de estudo, saberem o que a criança tem de fazer, onde é que anotou os trabalhos de casa, onde é que tem os livros e como vai organizar o dia seguinte”, aconselha Joana Cadima, acrescentando que os grupos de WhatsApp de pais podem ser uma boa ajuda nesta fase, com conta, peso e medida, claro.
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[no secundário] Pede às escolas para que se foquem “mais nos processos de aprendizagem do que nos resultados”, apontando: “Os professores estão focados nas médias e mais centrados nos resultados e no cumprimento dos currículos. Isso também não traz segurança para o desenvolvimento.”
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