September 06, 2024

Fawzia Kofi, ex-deputada do Parlamento afegão (quando existia um Parlamento, antes dos talibãs)


 

Fawzia Kofi, agora mesmo, numa entrevista no programa da BBC, Hard Talk, defende que a suposta ajuda humanitária da ONU ao Afeganistão, uma ajuda que todas as semanas põe nas mãos do talibãs, sem nenhuma contrapartida, dezenas de milhões de dólares, é um erro muito grande, na verdade, é um apoio à continuação dos talibãs no poder. Quando olhamos para o que se passou na Palestina, onde milhões e milhões de dólares e euros nunca chegaram ao povo e foram usados pelas autoridades do Hamas para se armarem, construirem túneis e redes de terroristas em países amigos de terroristas, vemos que ela tem razão. O que devia acontecer era a ajuda humanitária estar diretamente ligada a evidências dessa ajuda ser usada, exclusivamente, para ajudar a alimentar os pobres e nomeadamente as mulheres que foram deixadas sem meios de auto-subsistência com as leis dos talibãs que as proíbem de aceder ao mercado de trabalho - 30 anos de conflitos e guerras deixaram a maioria das afegãs viúvas.

Paralelamente, tem de ser criado um mecanismo internacional de acção imediata -seja com sanções, mandatos de captura, etc.- sempre que um país suprimir os direitos humanos de parte do seu povo, seja por motivos de misoginia, religião, raça, etc. Neste momento, segundo Fawzia Kofi e relatórios internacionais, as raparigas e as mulheres afegãs estão num estado mental quase suicida: não comem, não dormem, perderam a esperança e com ela o interesse pela vida.

Os talibãs, tal como o Boko Harem, o ISIS, o Hamas, o Estado Islâmico iraniano e outros movimentos terroristas teocráticos de ganância de poder absoluto e culto da morte que odeiam mulheres, são uma voz de minoria entre os povos que escravizam e aterrorizam, não têm legitimidade para falar ou agir em seu nome e isso tem de ser reconhecido internacionalmente com as devidas consequências.


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