Como dar a machadada final na profissão de professor

 

Talvez fosse importante avançar com a alteração das funções nucleares dos professores do ensino não superior em sede do Estatuto da Carreira Docente (revalorizando, por exemplo, funções de acompanhamento tutorial de estudantes, de dinamização de clubes de atividade, de estruturação de iniciativas de internacionalização), com a introdução de mecanismos sérios de formação contínua e de avaliação de desempenho dos professores e das escolas/dos agrupamentos de escolas, com a disseminação de modelos mais flexíveis e responsabilizantes de governança das instituições de ensino não superior.

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Retirar-lhe o pouco que resta da sua função de autoridade epistémica e meta-epistémica e reduzi-lo a um director de actividades de clube (este indivíduo não deve saber que isso sempre se fez nas escolas paralelamente ao ensino disciplinar). Disseminar a ideia de que a nossa formação contínua não é séria -"mecanismos sérios de formação contínua"- e defender uma governança mais flexível, o que, na sequência do discurso deste tipo, deve querer dizer, relaxar os critérios, seja da contratação de professores, seja da própria educação. 

Esta gente que das universidades vomitam opiniões é uma lástima, com algumas excepções. Não são especialistas em educação mas sim em invenção de pedagogias e de opiniões que impõem às escolas, com os resultados que estão à vista. Mas insistem em degradar ainda mais. São os especialistas do "ensino pelos telemóveis à distância de um clique".