August 02, 2024

Condenar sem buscar as razões não melhora a realidade

 


(...) esta semana, no Reino Unido, um jovem de 17 anos ter assassinado três crianças — e ferido outras oito com gravidade — e ainda dois adultos, num ataque com uma faca durante uma aula de dança dedicada a Taylor Swift. A polícia britânica divulgou pouca informação sobre o ataque bárbaro, até porque o acusado é ele próprio menor. Entretanto, sempre foi assegurando que o crime não estava a ser investigado como ataque terrorista, e o The Guardian escreveu que terá sido motivado por perturbações mentais, enquanto a BBC avançou que o suspeito não tinha ligações a movimentos islâmicos radicais.

De pouco valeu esta informação de duas fontes credíveis ou os apelos dos familiares das vítimas para que o luto fosse respeitado. Nas redes sociais, em particular no X, figuras proeminentes da extrema-direita britânica logo se apressaram a sugerir que o atacante tinha chegado de barco ao Reino Unido e que aguardava resposta a um pedido de asilo. As palavras tiveram consequências: primeiro em Southport, depois por todo o Reino Unido, um conjunto de motins levou à detenção de mais de cem pessoas, com 50 polícias feridos.


Pedro Adão e Silva, publico.pt

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Neste artigo condena-se as pessoas que sugerem hipóteses acerca do rapaz que matou e feriu crianças na Inglaterra que classifica de extrema-direita preconceituosa - como se a extrema-esquerda fosse constituída de seres humanos à parte, sem preconceitos. Porém, não tenta sequer compreender as razões. Condenar sem compreender não ajuda a melhorar a realidade.

Há aqui questões num contexto que não é indiferente ao que se passa nestas 'teorias' sobre o rapaz. Por exemplo:

1. Porque não dizem nada sobre o rapaz? Uma coisa é não identificá-lo, sendo menor, outra é não darem nenhuma informação sobre o contexto do ataque, a motivação do ataque, etc. Têm mantido segredo de tudo o que se relaciona com o ataque, o que aparece suspeito, num país onde a comunicação à imprensa e ao público é a regra. 
Um ataque a crianças que ouvem músicas da Taylor Swift é um ataque indirecto à cantora? Tem que ver com as declarações do próximo do candidato a VP de Trump dizer que uma mulher se não tem filhos é lixo? É um daqueles incels? Um anti-ocidental? É normal que as pessoas se perguntem e que estranhem que nada lhes seja dito e que nem expliquem porque nada é dito.
Vivemos num tempo em que as pessoas não têm filtros e vão para as redes sociais dizer tudo o que lhes passa pela cabeça, por mais estrambólico que seja - o que foi fomentado por uma parte da sociedade que defende que todas as opiniões são válidas e que agora se queixa do excesso de opiniões absurdas, mas isso dava pano para muitas outras mangas. Ainda há pouco tempo, a propósito da princesa de Gales estar afastada dos eventos oficias por causa da doença oncológica, as teorias sobre a sua pessoa atingiram um grau de absurdo tão grande, ao ponto de dizerem que tinha morrido e tinha sido substituída por uma sósia,  que ela teve de vir a público dizer que estava viva e a ser bem tratada. Porque foi isto? Porque as pessoas são de extrema-direita? Porque são maldosas e preconceituosas? Não, porque estão habituados a ser informadas e a informação cessou repentinamente e começaram a vomitar tudo que lhes passa pela cabeça.
Entretanto o juiz deste caso revelou o nome do rapaz que vai fazer 18 anos na semana que vem: Axel Rudakubana. É uma família de imigrantes, o que se calhar não tem que ver com o ataque, mas como esconderam a informação, agora dá ideia que foi por isso, o que piora a situação.

2. Não é anormal esconderem informação quando se refere a pessoas imigrantes, sobretudo islamitas. Cá também se faz isso. Os governos fazem gestão da informação como se fossem os paizinhos do povo que decidem o que o povo pode e não pode saber sobre assuntos que são da vida pública e não privada. Como se sabe sempre tudo, quando o povo percebe que o governo andou a esconder-lhe informação, começa com as teorias da conspiração. 
A falta de transparência e de vontade de resolver os problemas em vez de os varrer para debaixo o tapete, é o que está na origem destas teorias todas.

3. Não é indiferente ao assunto a Inglaterra estar com problemas grande por conta dos imigrantes, que em Londres são já quase 38% da população, sendo que a parte islamita anda nas ruas todos os dias com bandeias do Estado Islâmico a gritar morte a Israel e à democracia inglesa. Birmingham, por exemplo, tem 44% de imigrantes, sendo que metade nasceram fora da Inglaterra. Há 8 ou 9 cidades inglesas que têm ou tiveram mayors muçulmanos - nem todos são eleitos, alguns são nomeados. Há sítios em Inglaterra onde a polícia não vai porque os imigrantes resolvem os problemas entre si e não a chama - a polícia recusa dizer se são muçulmanos. Há mais de 8 dezenas de tribunais de sharia - a polícia recusa dizer se, na prática, fazem justiça à margem da lei inglesa. 

Portanto, os organismos oficiais nunca respondem claramente às questões, escondem a informação e não resolvem os problemas e é neste contexto que as pessoas querem saber quem é o rapaz e o que se passou e porquê. Estes levantamentos de população estão radicados, em grande parte, na falta de transparência e de capacidade em resolver os problemas dos governos. Este problema não é só inglês, a Holanda, a Suécia, o sul de França e parte da Suíça também o têm. Em Lisboa, há zonas da cidade onde se concentram imigrantes onde os portugueses idosos e moradores de décadas não saem à rua com medo. Só quem não anda informado sobre a prática da religião islamita, nomeadamente no que respeita ao modo de tratarem as mulheres, ao nível do pior que se fazia na Idade Média, é que não se preocupa com um eventual crescimento desta religião nas nossas sociedades.

Os mesmos esquerdistas que condenam a direita por ser contra o aborto, contra a eutanásia, contra uma paródia na abertura dos jogos olímpicos, defendem com unhas e dentes pessoas que professam uma religião que não apenas condena aqueles actos mas mata à pedrada e decapita os que o praticam ou defendem. Pessoas que vivem no tempo medieval de maiores trevas e obscurantismo. E em cima disto, defendem a educação desde a adolescência a partir dos telemóveis e das redes sociais, autênticos viveiros de esgoto mental. É uma contradição pegada, que não ajuda nada à clarificação e resolução dos problemas.

Por consequência, condenar o alarme das pessoas como, 'preconceitos de extrema-direita' que vêm do nada ou talvez da maldade própria dos não-esquerdistas, é improdutivo e é uma visão preguiçosa da realidade e do contexto do problema e é, ela mesma, preconceituosa.

2 comments:

  1. Essa gente religiosa é pior que a da idade média porque esses viveram há mil anos quando muita coisa era desconhecida e estes vivem agora. #Nena

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