Devo ser de outro planeta III

Vai avançar a ideia de os alunos terem 6 anos de escola primária. Este artigo cita os pseudo-pedagogos do anterior ME, totalmente abraçados por este ministro, com aqueles chavões que dizem nada: 'vamos ter sucesso', 'vamos usar livros digitais', 'vamos usar a IA' - esta última percebo, dado que falta inteligência natural a estas pessoas, precisam de usar a IA. Também dizem que querem fazer isto porque lá fora há países onde se faz - onde vão buscar estas pessoas? 

"Os alunos têm de aprender a subir às árvores antes de aprender a ler" Há...? O que tem uma coisa que ver com outra? Os miúdos brincarem e passarem tempo em contacto na natureza obriga a ter 6 anos de escola primária? Os professores passam a leccionar tudo e mais alguma coisa desde o 1º ano da 1ª classe até ao 9º ano. Portanto vamos ter ignorantes que dizem umas cenas de qualquer coisa mas não sabem nada de coisa alguma seriamente, a ensinar. 

E claro que quando fizerem isto até ao 9º ano, depois vão dizer que o secundário é uma transição difícil e vão transformá-lo, pela mesma ordem de razões, numa conversa de café. E depois há-de sobrar para as universidades, como já aconteceu em outros países onde estas pedagogias de pedabobos se experimentaram sem mérito nenhum. De tal maneira que começa a haver escolas pós-secundárias para se poder aprender com professores especialistas, tudo o que na escola não se pode aprender porque não é imediatamente útil ou infantil o suficiente. 

Fernando Alexandre lembrou que está a decorrer um "processo de revisão das aprendizagens" - agora percebo esta afirmação. Quer dizer que está em curso um processo de vulgarização das aprendizagens, para que qualquer um passa leccionar qualquer coisa. Há pouco tempo, um amigo que é professor universitário, catedrático, de física, disse-me que foi ver o programa do 8º ou do 9º ano, já não recordo para ajudar um sobrinho da mulher a estudar e ficou chocado, porque "aquilo é só conversa, é uma vergonha". Pois, é assim que qualquer um poderá leccionar física ao 8º ou 9º ano.

Isto são tudo «ideias» duma tal Adélia e outros professores primários que decidem por todos o que deve ser a educação. "A monodocência acabou até porque os professores têm uma carreira única". Pois se calhar isso também está mal. E, de qualquer modo, argumentar que, por terem uma carreira indiferenciada, é a mesma coisa leccionar a 1ª classe e 9º ano de português, é uma falta de noção do que implica um currículo destinado a adolescentes de 14 e 15 anos. Mas lá está, está a decorrer um "processo de revisão das aprendizagens...

Devo ser de outro planeta.