Ana Drago quer a cabeça da PGR por causa de afirmações que MRS fez no tal jantar em que demonizou o filho, disse aos jornalistas que ia deixar de vê-lo mais ao "neto preferido"(?), disse que Portugal tem de pagar indemnizações às ex-colónias, que Montenegro tem o defeito de ser rural e Costa peca por ser de raça indolente e outras barbaridades e impropriedades do género.
Pois é a este senhor que quando abre a boca sem guião só diz parvoíces e se envergonha a si mesmo, que Ana Drago recorre para achar "maquiavélica" a actuação da PGR, ao ponto de dizer que não conhece o processo mas não há-de lá haver nada, senão já se sabia - ou seja, não se saber dos factos é uma prova de que não há factos, segundo Drago.
Escapa-lhe completamente que o que é estranho é que Vitor Escária esconda 70 mil euros em notas, em caixas de vinho e livros no gabinete do ex-PM e que este se gabe publicamente de estar disponível para as grandes cunhas "porque a burocracia é um inferno" ou que peça cunhas a Júdice, cuja filha é a ministra da justiça, ou que o filho do Presidente use, em conluio com um ex-SE da Saúde, o nome do pai para meter cunhas a amigos brasileiros endinheirados. Nada disto lhe parece estranho.
O que lhe parece estranho é termos uma PGR que manda investigar estes casos. E ainda alega que um juiz "demoliu" os indícios de corrupção.
O que lhe parece estranho é termos uma PGR que manda investigar estes casos. E ainda alega que um juiz "demoliu" os indícios de corrupção.
Pois o problema da justiça nesse país é esse que também lhe escapa: cada vez que algum grande é apanhado, há sempre um juiz simpático que milagrosamente desfaz tudo. Também lhe escapa que Sócrates tem os crimes todos a prescrever, um após o outro e ainda não respondeu por nenhum? Também lhe escapa que Costa era ao número dois de Sócrates? Escapa-lhe que todos os grandes amigos de Costa estão a braços com a Justiça?
Ana Drago
Segundo Ana Drago, a e todas as declarações lamentáveis de Marcelo Rebelo de Sousa no famoso jantar com jornalistas estrangeiros nenhuma tem a gravidade da que foi dita a propósito da atuação da Procuradora-Geral da República.
O Presidente usa um adjetivo erudito e sonante – “maquiavélico”. Conta que, no próprio dia em que a Procuradoria Geral da República anunciou ao país a investigação sobre António Costa, Lucília Gago abriu um inquérito contra terceiros no “caso das gémeas”, cuja polémica envolve diretamente o Presidente da República (PR).
O “equilíbrio sofisticado”, ali narrado por Marcelo, não se resume, contudo, a uma mera estratégia de distribuição de investigações criminais aos titulares dos dois Palácios, como se fosse uma equitativa distribuição entre a esquerda e a direita. A suspeita que fica é um pouco pior, um pouco mais “maquiavélica”. As palavras de Marcelo sugerem que no dia em que o Ministério Público (MP) fez xeque-mate ao Primeiro-Ministro, Lucília Gago decidiu aproveitar para fazer um seguro de vida. Ao lançar investigações simultaneamente sobre o Governo e a Presidência da República, estes dois órgãos ficavam automaticamente limitados pelos óbvios conflitos de interesse. A partir daqui, os dois poderes que constitucionalmente podem pedir responsabilidades ou exonerar a Procuradora ficavam de mãos atadas, porque qualquer crítica seria lida como uma tentativa de impedir o “combate à corrupção”. E assim foi. Porque o guião ficou escrito e os atores já estavam contratados. Foi precisamente essa a atoarda do Chega na Assembleia da República (AR) no seu discurso do 25 de Abril.
Acontece que, seis meses depois da demissão de António Costa, parece não sobrar nada das alegações do MP que sustentaram o famoso parágrafo que dava conta da Operação Influencer. Ainda em novembro, o juiz que avaliou as medidas de coação deitou por terra possíveis indícios de corrupção ou prevaricação apresentados pelo MP
(....)
É certo que não conhecemos o processo em detalhe. Mas como soubemos dos 75 mil euros de Vítor Escária no próprio dia das buscas (!) e o MP não é conhecido por timidez em passar informação para os media, desconfio que se houvesse indícios de monta já o país saberia.
O “equilíbrio sofisticado”, ali narrado por Marcelo, não se resume, contudo, a uma mera estratégia de distribuição de investigações criminais aos titulares dos dois Palácios, como se fosse uma equitativa distribuição entre a esquerda e a direita. A suspeita que fica é um pouco pior, um pouco mais “maquiavélica”. As palavras de Marcelo sugerem que no dia em que o Ministério Público (MP) fez xeque-mate ao Primeiro-Ministro, Lucília Gago decidiu aproveitar para fazer um seguro de vida. Ao lançar investigações simultaneamente sobre o Governo e a Presidência da República, estes dois órgãos ficavam automaticamente limitados pelos óbvios conflitos de interesse. A partir daqui, os dois poderes que constitucionalmente podem pedir responsabilidades ou exonerar a Procuradora ficavam de mãos atadas, porque qualquer crítica seria lida como uma tentativa de impedir o “combate à corrupção”. E assim foi. Porque o guião ficou escrito e os atores já estavam contratados. Foi precisamente essa a atoarda do Chega na Assembleia da República (AR) no seu discurso do 25 de Abril.
Acontece que, seis meses depois da demissão de António Costa, parece não sobrar nada das alegações do MP que sustentaram o famoso parágrafo que dava conta da Operação Influencer. Ainda em novembro, o juiz que avaliou as medidas de coação deitou por terra possíveis indícios de corrupção ou prevaricação apresentados pelo MP
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É certo que não conhecemos o processo em detalhe. Mas como soubemos dos 75 mil euros de Vítor Escária no próprio dia das buscas (!) e o MP não é conhecido por timidez em passar informação para os media, desconfio que se houvesse indícios de monta já o país saberia.
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