April 05, 2024

Bom dia com um palíndromo

 

In girum imus nocte et consumimur igni.

- Guy Debord


(Damos voltas à noite e somos consumidos pelo fogo)


Nuvem lenticular sobre o vulcão Villarrica, no Chile - fotografia de Francisco Negroni, que acampou dez dias na base do vulcão à espera desta oportunidade.

As nuvens lenticulares formam-se quando o ar húmido sobe uma montanha, um vulcão ou outra caraterística geográfica. Estes obstáculos actuam como rochas num riacho, forçando o ar a viajar à sua volta num padrão estável e sinuoso. À medida que o ar cheio de água sobe para esta corrente, arrefece e condensa-se em nuvens visíveis que caem depois de empurrarem o cume, "criando uma espécie de movimento ondulatório", diz Corwin Wright, um físico atmosférico da Universidade de Bath, em Inglaterra. O resultado é uma nuvem aparentemente estacionária que paira sobre a paisagem como um disco voador ou um anel de fumo de aspeto sinistro.
Para além de criarem nuvens que parecem uma invasão alienígena, estes remoinhos desempenham um papel vital na circulação global do vento. Por exemplo, actuam como lombas que ajudam a abrandar a corrente de jacto do Hemisfério Sul. "Normalmente não se vêem porque obviamente o ar é transparente".

2 comments:

  1. A imagem é beleza que estarrece. O escrito ajuda à compreensão.
    Bom fim de semana, Beatriz

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