March 11, 2024

20 dias em Mariupol

 

Este documentário devia passar nas TVs, na Europa, nos EUA e em outros países. O filme documenta 20 dias em Mariupol, desde o dia 1 da invasão russa até ao dia 20. No 1º dia vemos uma cidade normal, com bairros muito arborizados, uma parte da cidade com complexos industriais, ruas com carros e pessoas, na sua vida normal. Aí pelo dia 15 já só se vêem destroços, entulho por todo o lado, pessoas a arrastar carrinhos com as poucas coisas que conseguiram salvar de suas casas.

Em menos de 15 dias a Rússia destruiu a cidade. Como? Cercou-a com tanques e sobrevoou-a com aviões, 24 horas por dia a lançar bombas e lançou mísseis desde o território russo, a infraestruturas - torres de electricidade e internet, quartéis de bombeiros, hospitais, edifícios governamentais. Tudo o que intensificasse ao máximo a dificuldade em evacuar, salvar pessoas ou gerir a guerra (gostava de um dia saber como foi que conseguiram reconverter em semanas um governo de paz para um governo e economia de guerra).

Nos primeiros dias as pessoas nem sabem para onde ir porque as autoridades ainda não estão oleadas na defesa das pessoas e, então, escondem-se nas caves. As crianças amontoadas, sem água, sem electricidade. Os bombeiros passam os dias a ir buscar pessoas para hospitais que não têm espaço para elas. As caves dos hospitais cheias de mortos, pequenos embrulhinhos que são os bebés (alguns recém-nascidos que morreram com mães em bombardeamentos, atingidas por bombas) e as crianças. Sem analgésicos, feridos, sem partes dos pés, vão a pé para o local das operações que pode ser um corredor, pois o hospital está cheio de estilhaços de vidros. Sangue por todo o lado. Pais à espera que lhes salvem os filhos. Filhos, crianças pequenas, à espera de saber se as mãos morreram na sala de operações e se vão ficar sozinhos. Os médicos e as enfermeiras às vezes trabalham a chorar.

Tudo um caos de destruição. Durante este tempo os russos dizem na TV e na ONU que é tudo falso, que são actores a fingir que foram bombardeados ...

(os europeus discutem se é perigoso ajudar a Ucrânia)

Não há perdão para Putin e todos os russos que estão metidos neste crime monstruoso. 


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