November 02, 2023

Não percebo de finanças e de economia, mas sei ler



EFACEC: o Estado usa o nosso dinheiro para lá enfiar 300 milhões, os alemães compram-na por 15 milhões (consideram que fizeram o negócio ideal) e no fim o ministro da Economia diz que não temos que questionar as suas decisões porque ele é que sabe... não admira que tenhamos caído drasticamente no índice global da democracia. Outra coisa que constato é que há centenas de milhões para desperdiçar em tudo quanto são perdas, mas não há para pagar aos professores, que são um investimento e não uma perda.


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O Estado entrou assim com mais 201 milhões, parte dos quais cobrem dívida não perdoada, esperando no entanto ser remunerado segundo uma taxa interna de rentabilidade de 14%, disse o secretário de Estado das Finanças, Nuno Mendes.

O Governo compromete-se também a colocar ainda mais 30 milhões para o "pagamento de contingências", tal como consta na apresentação feita nesta quarta-feira na sede do Ministério da Economia e do Mar, em Lisboa.

Mas como a venda da empresa permite libertar as garantias públicas de 72 milhões, dadas pela Norgarante, a exposição do Estado à Efacec fica, em termos líquidos, nos 159 milhões de euros (231 milhões de investimento no fecho do acordo menos os 72 milhões de garantias que se extinguem).

Os contribuintes darão ainda uma terceira "ajuda", através do dinheiro que o país pediu emprestado a Bruxelas, via Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O Banco Português de Fomento subscreveu obrigações convertíveis no valor de 35 milhões de euros, usando dinheiro do PRR que ficou sob sua gestão no Fundo de Capitalização e Resiliência.

Quinze milhões de euros. É este o montante que o fundo alemão Mutares vai pagar, em dinheiro, pela compra da Efacec, cujo capital social, depois do saneamento financeiro com perdão de dívida e uma operação harmónio, será de 300 milhões de euros. Os germânicos passam a ser o único dono da Efacec com um esforço financeiro muito inferior, mas o acordo de venda, revelado nos seus traços essenciais nesta quarta-feira pelo Governo português, garante que o Estado ficará, no futuro, com 66% da receita de uma potencial venda da empresa a outro investidor. E encaixará 75% de eventuais dividendos.

Em comunicado, o fundo alemão, cotado em bolsa, considera ter fechado uma "aquisição ideal", dadas as suas "fortes capacidades de investigação e desenvolvimento e a sua presença global".

Costa Silva deixou subentendido que o país não se deve questionar sobre as perdas inerentes a este negócio para os cofres públicos.

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2 comments:

  1. Mais de 3 mil milhões na TAP e quase 400 milhões na EFACEC para salvar os investidores.

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    1. "mas o país não se deve questionar sobre as perdas inerentes a estes negócios para os cofres públicos." Somos os palhaços que estamos aqui para suportar estas incompetências. Costa, entretanto, está demasiado entretido com joguinhos de poder.

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